quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Santos do pau oco

Não sou um exemplo de religiosidade, muito pelo contrário, não sigo nenhuma religião, mas a minha própria. Encontrei um Deus dentro de mim e das coisas que me cercam e Ele não me pede nem exige que eu faça determinadas coisas periodicamente e muito menos me cobra quando erro. Acho que acima de tudo, Deus está nas nossas consciências. Deus não é um livro cheio de histórias, Deus não é uma tábua cheia de regras, Deus não é uma construção ou um lugar. Deus está aí, olhando tudo que fazemos e nos auxiliando a entender certas coisas que teimamos em não aceitar. Deus está aí para nos ajudar a amar o próximo, ainda que esse próximo esteja tão distante de seu coração.
E talvez seja por isso que tenho tanta raiva das pessoas que vomitam religião. São pessoas que sabem a teoria inteira, mas a prática... É um tanto mais complicado. Vamos pegar o catolicismo como exemplo. Conheço "n" pessoas católicas que se dizem praticantes. Para isso vamos entender primeiro o termo "não praticante". Segundo meu entendimento é aquele ser que foi batizado, catequisado, crismado e sabe lá mais o quê. Mas ainda assim não se interessa pelo assunto, sabe que Deus está lá (ou não), mas não se importa com todas as milhares de regras e preceitos da Igreja. Não freqüenta, mas também não doutrina. Em suma: não dão trabalho nenhum.
Já os que se denominam "praticantes", em sua grande maioria são os piores. Como disse acima, eles vomitam religião. Em tudo colocam o nome de Deus, Jesus, Nossa Senhora e mais uma infinidade de santos. Vão à missa todo santo domingo, comungam, se confessam. Mas depois disso tudo, depois que saem da igreja simplesmente esquecem os preceitos mais básicos da religião (de qualquer uma): respeito e amor ao próximo. Tenho certeza que toda religião existente tem esse item como obrigatório para uma comunidade harmoniosa. Porque respeito é a coisa mais básica para se viver em sociedade.
Os ditos "praticantes", os falsos-religiosos, saem da igreja iluminados, achando que cumpriram seu dever com Deus. E então desatam a cometer mais alguns pecados para a missa da semana que vem. E esquecem completamente dos tais 10 mandamentos. Não sei todos de cor, e por isso mesmo fiz uma pesquisa rápida na internet:

1. Amar a Deus sobre todas as coisas.
2. Não tomar Seu santo nome em vão.
3. Guardar domingos e festas.
4. Honrar pai e mãe.
5. Não matar.
6. Não pecar contra a castidade.
7. Não furtar.
8. Não levantar falso testemunho.
9. Não desejar a mulher do próximo.
10. Não cobiçar as coisas alheias.

Então vamos lá. Quantas pessoas você conhece que vivem invocando aos quatro ventos que Deus isso, Deus aquilo e por aí vai? Segundo minha professora de religião (sim, eu tive aula de religião um dia), isso era, sim, "tomar Seu santo nome em vão". Primeiro pecado.
Segundo a mesma professora, "Honrar pai e mãe" não quer dizer necessariamente não desrespeitar os pais verbalmente. Às vezes os filhos fazem coisas que desonram o nome que os pais lhe deram. Criam situações e intrigas, provocam as pessoas, envergonham os pais, como se esses não lhe tivessem dado nenhuma educação. Segundo pecado.
Não vou comentar o "Não pecar contra a castidade". Hoje em dia essas daí nem ao menos sabem o que significa castidade. Até porque casar virgem hoje em dia, acho que nem a Sandy... Terceiro pecado.
Mentiras... Esse é o mais comum. "Não levantar falso testemunho" significa dizer a verdade sempre. Logo: não mentir. Isso implica em não ser falsa com as pessoas também, a não bajular as pessoas apenas para conseguir o que se quer. Quarto pecado.
"Não desejar a mulher do próximo". Considerando que hoje em dia a quantidade de vacas está crescendo absurdamente, podemos colocar o homem entre parênteses também. Mulheres que não se contentam com seus namorados ou maridos. Precisam da atenção de outros homens. E fazem de tudo para chamar a atenção desses homens, inclusive desrespeitar o próprio marido perante a família desse. Essas mulheres não têm limites, nem mesmo o direito de serem chamadas de mulheres. São vacas e ponto. Quinto pecado.
E enfim, o último. Afinal, a grama do vizinho é sempre mais verde. E a vida do outro é muito mais interessante do que a minha. As pessoas sempre gostam mais dela do que de mim. Então vamos derrubar essazinha. Vamos arrumar desculpas para brigar com ela, vamos provocá-la até ela reagir, e então, depois, nos fazermos de vítimas. Porque as pessoas gostam das vítimas. E se eu for a vítima, ninguém mais vai gostar dela. Sexto pecado.
Além disso, ainda temos os sete pecados capitais:

1. Gula
2. Vaidade
3. Luxúria
4. Avareza
5. Preguiça
6. Cobiça
7. Ira

Esses também são deprimentes. Conheço pessoas que juntam os 7 de uma só vez. Pessoas que comem não por fome, mas por gulodice. Que se acham lindas e fazem de tudo para se acharem cada vez mais bonitas, mesmo que para isso tenham que pisar em cima de alguém, comparar-se a alguma pessoa para se sentirem superiores. Pessoas que vivem se agarrando para mostrar que seu amor é verdadeiro, mas confundem amor com tesão. Segundo a Igreja, tesão é pecado... Pessoas preguiçosas, que não fazem nada, não ajudam ninguém, pessoas invejosas, cujas vidas são tão insignificantes que elas acabam vivendo a vida de outros, procurando alguma brecha para destruir a pessoa. E pessoas que ficam furiosas quando não conseguem seu objetivo. Que ficam iradas quando são ignoradas. E provocam. Fazem absolutamente tudo para que o outro aceite a provocação e parta para a ignorância. São pessoas que facilmente perdem a razão porque não têm argumento. Sendo assim partem para a única solução que lhes resta: ofender. Essa é a resposta dos ignorantes. Ofender, ver se a pessoa aceita as ofensas e baixa o nível também.
E essas pessoas que fazem tudo isso se dizem católicas praticantes. Desculpa, mas eu, mesmo sem religião, ainda consigo pecar menos segundo esses mandamentos aí.
Então, como falei anteriormente, Deus está dentro de nós, está nos nossos atos. Não adianta você ir à igreja todo domingo se durante a semana você semeia discórdia. Não adianta temer a Deus e não amar seu próximo. Não adianta não roubar ou matar, mas nutrir sentimentos negativos como a inveja e a ira.
Essas pessoas são dignas de dó, simplesmente porque tentam enganar a si mesmas. Crêem piamente que serão "salvas" apenas seguindo meia dúzia de regras e transgredindo todas as outras. É deprimente. Mais ainda porque são exatamente essas que costumam julgar todo mundo. E se acham donas da razão. Pessoas assim sofrem e a única coisa que podemos fazer é rezar por elas, para que elas se encontrem e enxerguem todos os seus erros antes de apontar os do próximo...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

E o circo continua...

Acabou, e entre mortos e feridos, mais uma eleição se foi. Como já disse anteriormente, odeio política. Simplesmente porque odeio a hipocrisia que ronda esse termo. Assim como detesto todos os malditos clichês, como "exercer seu direito", "cumprir o dever de cidadão", "vote, pois seu voto é importante". Peraí, e eu lá tenho escolha? O que acontece mesmo se eu não votar e não justificar a minha ausência?


"O eleitor que não votar nem justificar sua ausência nos prazos determinados pela Justiça Eleitoral deverá pagar uma multa imposta pelo juiz eleitoral. Sem a prova de que votou, pagou multa ou de que se justificou devidamente, o eleitor não poderá inscrever-se em concurso público, obter passaporte ou carteira de identidade, renovar matrícula em estabelecimentos de ensino oficial, obter empréstimos em estabelecimentos de crédito mantidos pelo governo, participar de concorrência e praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda. Se o eleitor deixar de votar em três eleições consecutivas, seu título será cancelado." (Fonte: http://eleicoes.uol.com.br/2008/guia-do-eleitor/duvidas-frequentes.jhtm).


Ou seja, se você não vota, tem que justificar, se não justificar, tem que pagar (?!!), se não pagar, você não pode trabalhar (pelo menos ocupar cargos públicos), não pode sair do país, não pode estudar, nem mesmo tirar um documento de identificação. Em outras palavras, se você não votar, você não é ninguém. Sem direitos a nada, um pária.


Aí começa o problema: se uma pessoa não sabe em quem votar e é obrigada a fazê-lo, o que acontece? Se ela tiver o mínimo de bom-senso, ela anula o voto, afinal, antes não atrapalhar, não é mesmo? Mas a grande maioria vê o circo e acha que é palhaçada. A maior prova desse circo está no Horário Eleitoral Gratuito (que em 1/4 de século, jamais assisti até o final, faço parte da grande massa que simplesmente desliga a TV): qualquer um (esse é o termo) se candidata - e sabe lá Deus qual é o critério para uma candidatura ser "deferida" ou "indeferida" - e tem alguns raros segundos para apresentar suas propostas e soluções, em suma, convencer o eleitor de que votar nele é uma atitude sensata. Em vez disso vemos candidatos gritando, como se fossem grandes revolucionários de terno e gravata, candidatos BBB, fazendo de tudo para aparecer, candidatos palhaços, fazendo macaquices e adotando nomes duvidosos. Os "mais-mais", os superstars dos grandes partidos políticos não ficam atrás. Adotando uma técnica que já está virando rotineira, começam vomitando todos os projetos que fizeram durante seus mandatos e terminam atacando o(s) adversário(s). Questionam tudo, desde uma obra superfaturada até mesmo a entrevista polêmica que o infeliz deu para alguma publicação duvidosa, passando até mesmo pela marca do carro que cada um tem. É um jogo de egos e nós, os palhaços do grande circo, é que decidimos qual desses palhaços-maiores irá representar os palhaços-menores. "Vote em mim, eu fiz isso", "Vote em mim, eu farei aquilo".

Então os "eleitores" vão no grande dia em direção às urnas. Uns se queixando, outros reclamando, a maioria em dúvida e uma pouca minoria iludida indo confiante em seu candidato. Que sempre é o mesmo. Que sempre faz as mesmas coisas, comete os mesmos erros. E o brasileiro (não desiste nunca!) continua votando, sempre olhando o que o candidato tem de melhor, fazendo questão de esquecer os erros. No fundo opovo brasileiro é uma grande mãezona. Por mais que lembre dos erros de seus representantes, por mais que esteja provado que alguns não prestam, eles continuam passando a mão na cabeça deles. "Ah, eles não têm provas", "Ah, tramaram para o coitadinho" e o famoso "Ah, ele rouba, mas faz!". A maior prova disso a gente vê na semana seguinte às eleições. Quantos milhares de prefeitos envolvidos em escândalos foram reeleitos? Quantos milhares de vereadores acusados (e alguns até mesmo condenados e posteriormente liberados por seus caríssimos advogados) não foram reeleitos? Brasileiro tem memória curta. Alguns até mesmo transformam as eleições em um grande campeonato, dividindo pequenos municípios, ou mesmo em um grande Carnaval: Portela x Mangueira, Garantido x Caprichoso, Corinthians x Palmeiras... Partido alguma coisa x Partido qualquer outra coisa. E gritam, se descabelam, xingam, tudo para colocar o candidato lá no alto. E quando ele é eleito, parece que metade do município foi eleita junto. É uma grande festa! Todos comemoram, tiram sarro dos perdedores, como se ganhassem uma final de campeonato. E no ano seguinte tudo continua exatamente igual. Nada melhora, nada anda, ninguém reclama. E tudo vira uma quarta-feira de Cinzas... até a próxima eleição.
Enfim, detesto política justamente por causa dessa palhaçada que virou. Ou melhor, porque aqui neste país ela sempre foi uma grande palhaçada. Tivemos uma independência de mentira, uma república de mentira, uma política de mentira. Até mesmo as pequenas revoluções que tivemos foram individualistas, nada que servisse para juntar o povo em nome de um bem maior. Somos todos egoístas, só pensamos em nós mesmos, e enquanto agirmos assim, nada vai mudar. Se sou evangélica e votar num candidato evangélico apenas porque ele é evangélico; se sou católica e votar num candidato católico só porque ele é católico; se sou semi-analfabeta e voto num candidato semi-analfabeto; se sou rica e voto num candidato rico; se sou uma eleitora que só vota em determinado candidato porque tenho algum tipo de afinidade extrapolítica com ele, ou porque ele foi um cantor famoso, ou porque ele foi um apresentador ou algum ex-artista decadente... Se faço tudo isso, não estou pensando no que é melhor para minha cidade, Estado ou país. Simplesmente estou pensando em mim mesma. Não interessa o que ele pode fazer, e sim o que ele é. E nisso não está incluído o caráter do indivíduo. Não, apenas o que ele foi na mídia, o quão famoso e importante ele se tornou, independente se isso é bom ou não. E quando a pessoa é afiliada a algum partido, então, não importa se o representante tem um passado tenebroso, todos votarão nele. Não exatamente nele, mas sim na legenda.
Difícil... Em um país segregado, é quase impossível manter a união. Quem sabe um dia a gente faz jus à designação "União"... Enquanto isso não se resolve e nenhum candidato propõe algo assim, vou continuar votando no Dick Vigarista. E de repente acontece algo parecido com o que aconteceu em uma cidade do Rio de Janeiro, onde mais de 50% dos votos foram anulados. Sinal de que a maioria não concorda com nenhum dos candidatos. Acho que deveriam ser realizadas novas eleições lá. Com candidatos diferentes, claro!

domingo, 17 de agosto de 2008

Olim-piadas...

Acabei de ver mais uma prova das Olimpíadas de Pequim, natação, e estou quase vomitando de tanto nojo! Primeiro: isso não é Olimpíadas de Pequim. Isso é Olimpíada de Michael Phelps. Nunca vi bajularem tanto um ser. Aliás, já estava na cara desde o começo, desde muito antes da abertura, já estava definido que ele seria o recordista de medalhas de ouro. Ele mesmo saiu alardeando: "Vou ganhar 8!" E ganhou. Coincidência? Duvido. Duvido mesmo, porque qualquer pessoa com mais de 40 vai lembrar de vááárias sacanagens que fizeram por aí durante as Olimpíadas. Várias viraram piada, como essa daí também vai virar. Não é estranho ele quebrar todos os recordes em todas as provas? Não é estranho toda a imprensa ficar rodeando ele como se já soubessem que ele iria ganhar? Se já estava tudo tramado, para que fazer seletivas olímpicas? Põe qualquer mané na piscina e tá valendo: o resultado será o mesmo.
Não estou questionando se ele é ou não um bom atleta, mas que em época de eleições nos Estados Unidos é uma mão na roda um atleta norte-americano ganhar um monte de medalhas e bater todos os recordes olímpicos, ah isso é! "Olhem lá como nosso país incentiva o esporte! Olhem lá nossos representantes! Somos campeões do mundo! Votem em Obama! Votem em McCain!" A propaganda é a alma do negócio. E apesar de ser a cara do Tevez, Phelps é um ótimo garoto-propaganda! Será que se esse ano não houvesse as eleições tudo estaria acontecendo exatamente da mesma maneira? Phelps quem?
Outra dúvida que me assola: por que todo país que sedia as Olimpíadas é líder (ou pelo menos sempre começa) no quadro de medalhas? Melhorando a pergunta: por que apenas os países que estão sempre lá entre os primeiros é que sediam as Olimpíadas? Porque eles são ricos? Têm mais condições de proporcionar o "maior espetáculo da Terra"? Ou é porque o circo vai ser para eles mesmo, então nada mais justo do que dar a festinha em casa e recepcionar os convidados? A gente agüenta aquele bando de pobre que tem esperança, pobrezinhos, de avançar no quadro de medalhas... Pelo menos eles têm a oportunidade de conhecer o mundo... Ou parte dele.
Enfim, é a velha política do "pão e circo". Pena que só temos o circo aqui embaixo...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Viver em sociedade

É um saco a gente ter de se preocupar com os outros. Não falo da preocupação em termos de cuidado com a pessoa, mas sim daquela preocupação com "o que os outros vão pensar". Mente quem diz que não se preocupa com a repercussão de algum ato seu. E quem realmente não se preocupa são aquelas pessoas que geralmente vivem sozinhas ou na boca do povo. Simplesmente porque dão abertura p/ isso. Quem não pensa na conseqüência dos seus atos geralmente sofre muito. Sofre porque não é todo mundo que está disposto a perdoar as diversas pisadas na bola que essa pessoa dá. Sofre porque não tem maturidade e acha que o mundo inteiro é obrigado a entendê-la e perdoá-la. Sofre porque acaba sozinha, afinal, uma pessoa instável não dá segurança para ninguém. E em tempos de descartáveis, as pessoas procuram relações sólidas, seja de amizade, seja de trabalho ou mesmo no amor.
Aí caímos no problema de nos policiarmos sempre. Em respeito a si próprio e ao outro. Não dá p/ sair falando tudo o que você pensa a toda hora. Até porque somos volúveis, uma hora amamos, em outra odiamos. O que não dá é simplesmente sair divulgando seus sentimentos contraditórios a torto e a direito. Não dá p/ se expor e muito menos expor os outros. Então é sempre bom pensar antes de agir ou falar. Vale a pena falar aquilo naquela hora? Que vantagens isso trará? Vai machucar alguém? Vou ficar mal com alguém por conta disso? E tudo isso em uma fração de segundos. Mas temos praticamente uma vida inteira para aprender isso. Desde quando aprendemos a falar, desde quando aprendemos a expor nossas idéias e desde quando alguém nos ensina que nem tudo pode ser falado a qualquer hora e para qualquer pessoa. Se a pessoa não aprende, só posso concluir que ela não teve ninguém para ensinar essa regrinha básica da convivência em sociedade, ou então que ela ainda não cresceu, acha que é uma criança de 4 anos que pode falar tudo que lhe der na telha e todos vão rir, vão achar uma gracinha... Não é bem assim. Apesar de existirem pessoas que realmente assumem o "ah, coitadinha, ela não sabe o que diz", uma hora isso cansa. E convenhamos, ninguém é obrigado a aceitar uma ofensa, um ataque ou mesmo uma indireta de alguém assim.
Talvez seja por isso que muitas pessoas não gostam de mim. Eu até perdôo uma primeira vez, uma segunda... Mas na terceira já acho desaforo. Afinal, não sou a Madre Teresa e muito menos perfeita. Não sou obrigada a agradar ninguém, muito menos engolir sapos para isso. Aí vem gente que acha que sou encrenqueira. Que eu arrumo confusão à toa. Isso porque nem confusão eu arrumo. Simplesmente paro de falar com a pessoa. Cumprimento normalmente quando a encontro. Mas não converso, não jogo conversa fora. Sei viver em sociedade, se eu não gosto de alguém, eu tenho a obrigação de não destratá-la, mas não sou obrigada a me fazer de amiga. E assim vou vivendo até a pessoa simplesmente sumir da minha vida. Ou eu da dela.
Enfim, podem criticar, mas não vou ser falsa. Se não gosto de você, sinto muito, pode ter a certeza de que eu tentei, mas quem pisou na bola foi você. Convivo numa boa com pessoas que detesto, simplesmente não falando com elas nada além do essencial: bom dia, boa tarde, boa noite, por favor e obrigada. Se elas se sentem mal por isso, não posso fazer nada. Mas toda ação tem uma reação. Não passo a mão na cabeça de ninguém. Se você errou, assuma seu erro porque eu assumo os meus. Vai se fazer de coitada? Sinto muito, não tenho tempo nem vocação p/ fazer teatrinho. A vida é muito mais do que uma pendenga que eu tenho com alguém. E com tanta gente no mundo, por que vou me preocupar com quem não gosta de mim?

domingo, 1 de junho de 2008

Aborrescentes...

Só para dizer como eu ainda consigo ficar passada ao ver que tem gente tão infantil dando uma de gente grande. E se achando o máximo por conta disso.
Quando digo que odeio adolescentes, todos acham que estou brincando, mas é verdade! Adolescentes são os seres mais insuportáveis da face da Terra. Seres que andam em bando, mas não se preocupam nem um pouco com o bando, nem com nada. Aliás, apenas com o próprio umbigo, e ainda assim acham que ninguém no mundo tem mais problemas do que eles. "Ah, ele não me ama! Como sofro!" "Ah, ele me ama! Como sofro!" Ah, faça-me o favor!!
Adolescentes são seres extremamente infantis que pensam que são adultos. Assim, agem como crianças ao tentar parecer adultos. Sua vida nada mais é do que beijar na boca, sair de balada e fofocar com os amigos. E eles acham que tem problemas!!!
Graças a Deus passei dessa fase (não devo ter sido fácil, mas a fase crítica, segundo minha mãe, foi aos 10, 11 anos... Felizmente amadureci um pouco mais cedo do que a grande maioria. As vantagens das responsabilidades...). E o consolo é que ela passa! Seja aos 18, seja aos 28.
Mas pior que adolescentes são os pós-adolescentes. Esses sim são insuportáveis! São adultos perante a sociedade. Alguns trabalham, alguns casam, alguns têm filhos... Mas ainda assim, com todas as responsabilidades que tudo isso deveria trazer, eles nada mais são do que crianças crescidas. Acham que o mundo é só delas, todos vivem em função dela e o mundo, sim!, é lindo! É perfeito e fantástico! Diversas Pollyanas saltitando pelos jardins suspensos da Babilônia... Responsabilidade? O que é isso? Maturidade? É de comer?
Pós-adolescentes no trabalho acham que tudo é lindo e o cargo é o mais importante da empresa! Coitado do presidente se ela resolver sair... Aiaiai, nunca vão encontrar alguém assim como ela! E quando são demitidas? "Que absurdo! Como assim demitida? Tem certeza que sou eu?" Sim, é você mesma. Por quê? Nada não, só porque você ficava passeando pelos corredores em vez de trabalhar. Ou então porque seu horário de entrada era duas horas depois do estipulado e o de saída era uma hora antes. Sim, querida, você é completamente dispensável! A sociedade é cruel...
E pós-adolescentes casando? Ah, são insuportáveis desde o dia em que começaram a namorar! É "bebê" pra cá, "tchutchuquinho" pra lá e em menos de dois meses já está preparando todo o enxoval. Sim, do tempo da minha avó: enxoval! Lencinhos bordados por ela mesma (geralmente não trabalham e só estudam até arrumar um marido que as sustente, então têm tempo de sobra pra isso), toalhinhas que fazem um composê com as toalhas de banho e o roupão, com as iniciais do feliz casal bordadas dentro de um coraçãozinho rosa... Geralmente os pais mais sensatos dão um basta nisso o mais rápido possível. O problema é quando os pais da pós-adolescentes são pós-adolescentes também... Ou se o futuro-noivo for rico. Aí já era! "Casa sim, minha filha! Casa porque o que importa é o amor e não a idade!" É isso aí, filhinha, foda-se se você vai jogar sua vida pela janela e deixar de aproveitar os melhores anos com coisas úteis que vão te dar um futuro garantido. Casa logo com o moço rico e manda dinheiro pra sua pobre mãezinha. Parece novela, mas acontece...
E eis que chega o casamento! Ah, que dia mais feliz! Agora sim, eu pertenço à família dele e ele à minha. Lua-de-mel? Já foi no primeiro mês de namoro, no carro dele! O negócio agora é terminar a faculdade (pra não ficar com cara de "superior incompleto") e viver de amor! Não tem comida na geladeira? Pôxa, que pena! Mas me beija e tá tudo certo! A relação tá esfriando? Então vamos arrumar um filho pra segurar nosso casamento!
E então temos a pós-adolescente com filho, que é o pior problema de todos. Esse ser não tem condições de cuidar nem dela mesma, que dirá educar outro ser! Aí das duas, uma: ou a criação fica por conta dos avós (e ela continua pós-adolescente ad eternum), ou ela cria a criança como uma boneca da infância dela. E essa criança cresce sem base, sem estrutura e será o futuro do país. E se ela gostar de brincar de boneca, vai ter outro filho, e mais outro. Ah, que bonitinha, minha família feliz e gigante! Vamos passear de mãos dadas na rua para formar a escadinha! E essas crianças irão à escola, somarão a falta de educação em casa com a deseducação das ruas e pronto! Lá estará se formando mais um adolescente retardado... Deprimente!
Mas enfim, só resta lamentar ou rir muito. Eu lamento dando risada porque tudo isso me dá pena. A ilusão acaba depressa e a vida real é muito dura quando você cresce pensando que o mundo é rosa e que todos semprefarão de tudo para agradar você. Rio como a gente ri quando vê uma criança interpretando, com trejeitos e tudo o mais, um adulto. Porque é exatamente isso que essas pós-adolescentes fazem: brincam de ser gente grande. Então os adultos riem e acham graça. Porque sabem que no fundo elas não passam de crianças querendo chamar a atenção...

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Politiquinhas...

Se tem uma coisa que me irrita profundamente é a política brasileira. Todo mundo sabe que tem algo errado. Todo mundo sabe o que está errado. Todo mundo sabe quem faz errado. Mas ninguém faz nada. "Ah, político é tudo safado, mesmo!" Mas quem colocou o safado lá? Eu, você e boa parte da população. Afinal, estamos em um país livre, onde todos podemos escolher quem nos representará e quem (teoricamente) vai pôr ordem na casa. Aliás, não só temos a possibilidade de escolher, como também temos a obrigação de escolher. Afinal, todo mundo sabe o que acontece com quem não vota e não justifica sua ausência. Em suma: este país não é tão livre assim, afinal, você é obrigado a fazer uma coisa que ninguém perguntou se você quer ou não. Para você não reclamar muito, eles te dão a oportunidade de anular seu voto ou deixá-lo em branco para que outro escolha por você. Uau! Realmente, votar é um exercício de cidadania, mas por que todos somos obrigados a exercitar esse "direito"? E se nenhum dos candidatos me agradar? E se eu achar que nenhum tem um perfil ou uma plataforma que eu concorde? Não interessa, vote em qualquer um ou anule seu voto. "Vote em qualquer um", é por isso que tudo está como está. Porque tá todo mundo votando em qualquer um. "Ah, conheço aquele cara! Ele tinha um programa na televisão, vou votar nele! Qual a proposta dele? Sei lá, mas também não interessa, eles não fazem nada mesmo..." E pronto! Lá está mais um novo-político "fazendo nada" e ganhando muuuito com isso. Afinal, o salário deles é inimaginável para qualquer ser que pertença à classe média-baixa... Isso sem contar a verba de gabinete, verba para despesas pessoais, verba para viagens e assuntos extraordinários... Com todas essas verbas, pra quê receber salário? Pra guardar na poupança pra render bastante quando acabar o mandato. Investir é a chave. Todo mundo mamando nas tetas do governo e dando um pé na bunda dele quando acaba a graça.
É por isso que eu acho que tudo isso, deveria ser encarado como um trabalho voluntário, afinal, se você entra na política, você está visando ao bem-estar de sua comunidade, concorda? Sendo assim, já que você é tão desprendido, por que não fazê-lo de graça? Sim, quero ser um vereador voluntário. Vou exercer todas as obrigações de um vereador, sem receber nada, apenas pelo prazer de ajudar as pessoas. Essa é a idéia, tornar o local em que você vive melhor, tornar a sociedade melhor. Por que não dedicar um pouquinho do seu tempo a isso? E já que a grande maioria dos políticos não trabalha todos os dias e muito menos 8 horas por dia, eles podem muito bem ter um emprego, desse jeito eles até ficam mais perto das reclamações e sugestões das pessoas. E no fim do dia (ou de manhãzinha, ou aos sábados), eles vão ao seu gabinete fazer o que é preciso. As votações de projetos podem ser feitas aos sábados, ou mesmo em uma teleconferência. Como não haverá dinheiro envolvido, não haverá mais corrupção e nem desvios de verba, porque ninguém poderá receber nada. E se uma pessoa quiser ser voluntário, ela estará muito mais visada pela população, afinal, ela viverá lá, no meio de todos. Falta amadurecer essa idéia, mas seria um bom começo. Quando não há dinheiro envolvido, os problemas diminuem muito. Sem os salário astronômicos desse pessoal, sobraria dinheiro para a saúde, para a educação e nem seria necessário inventar zilhões de impostos sobre isso e aquilo para poder suprir a necessidade da população. O que aconteceria se presidente, deputados, senadores e vereadores recebessem apenas um salário mínimo? Quantos milhões não sobrariam nos cofres públicos?
Mas enfim, enquanto eles podem votar e decidir quanto eles vão ganhar, nós vamos nos contentando com o que eles acham justo (ou quanto eles acham que é possível) a gente receber. Eles decidem os salários deles e os nossos. Aumento só quando houver algum reajuste, que deverá ser de 30 ou 40 reais. Ou então você pede um aumento para seu chefe, já sabendo a resposta que vai ouvir. Ou muda de emprego. Mas aí para achar outro emprego... Melhor continuar onde está, é mais seguro.
E não se esqueça que esse ano tem eleições. Vote! Até porque você não tem escolha nenhuma. Às vezes fico pensando se aquele monte de propagandas incentivando o voto não seria uma espécie de sádica ironia, como se alguém risse da nossa cara falando exatamente o que escrevi acima: você não tem escolha!
Política deveria ser trabalho voluntário, assim como alguns tipos de assistência social. Três pessoas já concordaram comigo. Se você concorda, vamos tentar lutar por isso. Ou não, até porque lutar por um ideal dá muito trabalho e a gente já vai com a idéia de que não vai dar certo, como centenas de Hardys Har Har ("Oh, dia, oh, vida, oh, azar!"), lutando apenas para livrar a consciência do peso com um "pelo menos eu tentei". Melhor ficar nas idéias, nas discussões em grupo na hora do almoço ou na mesa do bar. Pensando em tudo que seria possível fazer e em como seria bom se...
Vamos sonhar, enquanto ainda não nos cobram impostos. E por favor, não votem em mim.

domingo, 25 de maio de 2008

Vacas e mais vacas...

Tem coisa pior do que pessoas invejosas? Por que tem gente que sempre acha que nossa vida é melhor que a delas e ficam disputando atenção, dando uma de colegial americana, tentando disputar popularidade? E aí vale tudo: bajular, elogiar, puxar o saco, tudo tão descaradamente que chega a enjoar. Pior: muitas vezes quem é bajulado percebe, outras vezes não. Aí caem numas de achar que a pessoa é amiguinha, super simpática, fofa e tals. Isso até a dita-cuja achar que você faz mais sucesso que ela (sabe-se lá por que) e resolve puxar seu tapete. Aí faz a sua caveira, tenta te pisar, te humilhar. Se não consegue, então, aí é pior, porque ela fica com muito mais raiva. Então sai de perto. Porque vaca braba ninguém pára, não.
Sim, eu caí numa dessas. A pessoa surge do nada e se passa por sua amiga. Você fica desconfiada, mas ela é tão ingênua, tadinha, que nunca vai conseguir fazer mal a alguém de propósito. Tanto que na primeira você perdoa. Na segunda, idem. Na terceira e na quarta você fica se perguntando o que foi que você fez para ela. Na quinta você acorda e vê que a vaca é realmente uma vaca! Aí faz o que tem de mais civilizado para se fazer: corta relações. Então ela se torna a vítima. "Puxa, quando vocês vão fazer as pazes?". Que pazes? Que guerras? Quem deu o primeiro tiro não fui eu e ela nem pensa em levantar bandeira branca. Sem contar que você faz as pazes com quem vale a pena. Com quem não vale, você simplesmente pára de falar. Simples assim. Você não faz guerra e nem paz, você não xinga e nem ataca. Simplesmente faz de conta que não existe. Aí a vaca fica mais puta ainda. E quando digo "vaca", é por falta de um vocábulo melhor para descrever este ser carente de atenção e auto-estima. Com todo o respeito às vacas, claro! Por favor, não pensem que é ofensivo, nem pra vaca e muito menos para as vacas de verdade. É que eu penso que este ser não merece ser designado como pessoa. Afinal, se você quer ser outra pessoa, sinal de que você não é pessoa nenhuma.
Enfim, parei para tentar me colocar no lugar da vaca em questão (a última que me apareceu porque esse tipo de figura infelizmente não é único, não foi a primeira e não será a última a aparecer por aí): por que ela age assim? Primeiro, claro, por causa da idade. Ela não saiu há muito tempo da adolescência, então ainda tem aquele espírito de querer ser "a mais mais" da turma. Segundo, por causa da criação. Os pais disseram que ela era a Branca de Neve, a mais bela do reino, e ela acreditou piamente. Assim, ela achou que só por ser bonita (o que ela não é nem de longe), ela teria a atenção de todos sempre: todos a elogiariam, todos a bajulariam, todos quereriam ser como ela. Terceiro: porque, inacreditavelmente, toda essa confiança dada pelos pais, se converteu em uma baixa auto-estima fantástica. Ela é tão insegura que necessita que todos falem a toda hora o quanto ela é querida. E para isso, claro, ela faz o mesmo, ainda que não seja verdade e que ela esteja dizendo tudo da boca pra fora. Sem maldade, claro, porque ainda acredito que ninguém consegue ser tão cínica nessa idade. O cinismo, assim como o bom-senso, você só aprende com a experiência. Na verdade eu acredito que ela nunca viveu intensamente algum sentimento. Ela nunca deve ter amado de verdade, senão não banalizaria tanto esse sentimento. Nem mesmo a amizade, pois ela se desfaz delas como quem troca de sapato. Tudo isso é só mais uma prova da imaturidade da vaca. Assim, ter raiva ou brigar com ela é o mesmo que ter raiva ou brigar com uma criança: não leva a nada e você só perde seu tempo.
Aliás, imaturidade parece ser um requisito indispensável na formação de vacas do gênero. As duas últimas que passaram pelo meu caminho coincidiam nisso. A primeira, que igualmente se fez de minha amiga até arrumar uma desculpa para jogar todos nossos amigos contra mim era assim. Não sei se ela foi cínica todo esse tempo ou se simplesmente tomou alguma droga forte e se transformou em Mr. Hyde... Prefiro acreditar na segunda hipótese e guardar as lembranças de horas fofocando no telefone. Acontece que essa vaca resolveu que queria ser eu. Tudo começou com detalhes na forma de se vestir. Coisas que no começo ela criticava, começou a imitar. Depois foram detalhes pequenos no modo de falar e agir. E tudo terminou com ela dando em cima do meu namorado. Até aí dei risada porque gente assim é digna de pena. Mas na época fiquei mal porque achei que eu tinha feito algo errado quando ela resolveu parar de falar comigo. Foi aí que meu namorado resolveu intervir e dizer que ela era uma criança por agir daquela maneira. Como ela continuou dando em cima dele depois disso, abstraí. Cortei relações e ele idem.o interessante é que ela arrumou um namorado imaginário que virou a piada da turma. A mesma que ela quis virar contra mim. No final, quem acabou sozinha foi ela. Sumiu do mapa, talvez com vergonha depois de ter se dado conta de tudo que fez. Espero que ao menos ela tenha se dado conta!
Enfim, vacas sempre existiram e sempre existirão. Ao contrário das vacas de verdade, elas não são nem um pouco graciosas e úteis. O jeito é rezar para que elas amadureçam e parem de mugir por aí...

quinta-feira, 22 de maio de 2008

O peso da (soc)i(e)dade...

Hoje encontrei uma amiga minha que há muito tempo não via. E conversamos sobre a nossa vida, os rumos que cada uma tomou e tals. Ela está superbem, trabalhando em uma multinacional, ganhando bem, construindo seu futuro tijolo por tijolo. Quase que literalmente. Assim como eu, ela namora há um bom tempo, mas diferentemente de mim, ela já está com projetos concretos para o futuro. Ela já comprou seu apartamento, tem seu carro próprio e pensa em se casar logo, assim que terminarem de mobiliar o apartamento. Então fiquei pensando: puxa, temos praticamente a mesma idade, estudamos juntas e no entanto como a vida nos mudou. Ela se tornou uma mulher extremamente bem-sucedida (sem perder a humildade, graças a Deus!!), dona de seu nariz, que sabe o que quer. Eu estou procurando meus caminhos e a única certeza que tenho é a de que não vou casar tão cedo.
Eis que todos ficam pressionando: mas por que não? Nossa, vocês estão há cinco anos juntos! Vai enrolar mais p/ quê?
Bom, vou responder com outra pergunta: casar pra quê? Não, não me vejam como uma feminista rebelde e antimatrimonial... Vou casar um dia, mas a pergunta é: casar agora, pra quê?
Pra viver junto? Quem disse que isso é vantagem? Afinal de contas, eu trabalho o dia inteiro, assim como ele. Viver junto? Não, apenas dormir juntos porque tanto eu como ele só paramos em casa pra dormir. E com essa correria, ainda arrumar mais uma responsabilidade, que é cuidar de uma casa? Arrumar quando? Nos finais de semana? E meu curso de italiano de sábado? Usar o único dia que posso descansar p/ arrumar casa? Não, obrigada.
Pra viver de amor? Não, ninguém vive de amor e aquele negócio de uma cabaninha e muito amor não serve p/ mim. Se for p/ ficar dois passando necessidades, melhor nenhum passar. Estou bem morando com minha família e ele idem. Pra que casar e termos que alugar uma casinha micro, contar moedinhas p/ pagar as contas, as prestações e não ter nenhum no final do mês p/ pegar um cineminha, ou mesmo um DVD na locadora? Viajar então, nem pensar. Antes de casar quero viajar muito, conhecer diversos lugares sem ter que me preocupar se o dinheiro vai fazer falta pra conta de luz no fim do mês.
Pra provar pra todo mundo que achei o amor da minha vida? E quem disse que preciso me casar pra provar isso? Melhor: quem disse que eu preciso provar isso? Eu amo, ele me ama e ninguém tem nada a ver com isso. Quem nos conhece, sabe disso muito bem. Namoramos há cinco anos e a convivência só aumenta o amor. Porque é convivendo que você conhece a pessoa de verdade. A convivência traz todas as manias, as rabugices, as implicâncias, tudo. Nada melhor do que conviver bem pra poder se casar. Assim a surpresa não será tão grande, não é mesmo?
Pra entrar pra família? Não, nem precisei casar pra isso. Já faço parte da família dele e ele da minha. Eu me dou superbem com a família dele e adoro todo mundo. Minha família também o vê como parte integrante, já. Inclusive com direito a broncas, abraços e beijos. Normal, como em toda família. Do mesmo jeito que não gosto de alguns parentes meus, ele também não faz questão de falar com alguns dos dele e assim vamos indo. Na família você entra com o coração, e não com um papel assinado e carimbado.
Pra sair de casa? Bom, se você não gosta da sua casa, vai morar sozinho, oras! Nunca tive intenção de sair de casa cedo (a não ser quando tinha cinco anos e achava que teria que me casar com 21... senão ia estar muito velha!), até porque detesto a idéia de chegar em casa e não ter ninguém pra contar meu dia. E não é a mesma coisa contar pra um gato ou pra um cachorro...
Então mais uma vez eu vejo que o casamento hoje em dia tem mais a ver com a questão social do que com a idéia romântica que todas as menininhas do interior fazem dele. Você tem que casar para provar que alguém nesse mundo te quer de verdade. Você tem que casar pra provar para o mundo que não vai virar uma velha solteirona. Você tem que casar pra ter alguém que ajude você a se sustentar, além de seus pais. Em suma: você casa pra ter independência. Mas aí você se torna dependente de uma escolha fantasiosa. O mundo não é cor-de-rosa e o casamento também não. Por mais que venha um príncipe encantado em seu cavalo branco, uma hora o príncipe vai ter uma crise de mau-humor e o cavalo vai precisar que você limpe as ferraduras dele. A não ser que você arrume um cara riquíssimo, que te dê casa, comida e roupa lavada. No entanto nada disso será de graça e uma hora o amor vai pro ralo se você não tiver maturidade pra encarar um eventual piti. Afinal, todos damos um piti de vez em quando...
O ideal é enxergar o casamento como uma conseqüência do namoro, e não como uma obrigação. Sendo assim, não adianta pressionar. Quando eu chegar no nível daquela minha amiga, e tiver grana pra comprar uma casa, mobiliar, pagar um casamento de verdade (se é pra casar, tem que ter festança, não é mesmo?), com tudo que tenho direito, aí sim a gente começa a concretizar. No mais, vamos levando a vida como ela está, nos preparando para crescer profissionalmente e financeiramente, porque viver de aluguel na Vila do Chaves ou morando com a sogra ou a mãe, não dá mesmo!

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Justus ou injustus???

Ontem cheguei tarde em casa e um pouco antes de dormir, liguei a televisão como sempre faço. O problema é que o sinal da tv a cabo não estava pegando, então rumei p/ tv aberta. Para variar, nunca passa nada de útil nesse horário perto da meia-noite e fiquei zapeando entre os canais que não passam nenhuma sessão de descarrego. Foi aí que me deparei com o tal O Aprendiz - O Sócio. Como nunca tinha visto, resolvi dar uma olhadinha, até porque nunca fui muito com a cara do Roberto Justus. Definitivamente me arrependi até o último fio de cabelo. O que vi foi uma encenação tosca que misturava Show do Milhão com algum daqueles programas americanos de perguntas e respostas. Sim, eu achava que Roberto Justus era um ser pedante e extremamente tosco. Mas nunca imaginei que este ser pudesse ser tão espetacularmente pedante e tosco! O circo reúne dois grupos de empresários que disputarão uma vaga como sócio ou sei-lá-o-que nas empresas do dito-cujo. Para ver qual o grupo seria o vencedor, ele lançava perguntas que abrangiam desde economia até geografia, passando, é claro, por política.
Então o circo começou. Não sei o que foi pior: se as respostas dos participantes ou os comentários de Roberto Justus. Ouvi pérolas que chegavam a se igualar às dos meus ex-alunos do Ensino Médio... Como por exemplo:
- O soteropolitano nasceu em que cidade brasileira? Resposta: Salto (???!!!!!). Hein???
- Que Estados brasileiros fazem divisa com a Venezuela? Resposta: Amapá (?!!!!!!!). Será que esse sujeito sabe onde fica o Amapá?
Tudo bem, algumas perguntas eu realmente não saberia responder, como os últimos três ministros da economia. Mas vamos combinar que essas respostas acima a gente aprende na quarta série do Fundamental (ou não?).
Como se não bastassem as respostas toscas, Roberto Justus ainda fazia comentários péssimos. Ao perguntar para uma empresária (que tinha passado seis anos morando na Austrália), ele fez um pré-julgamento, dizendo que por isso ela deveria ter muito conhecimento do exterior, como se a Austrália fosse só o resto do mundo. A pergunta era qual país é o maior importador do mundo. Ela errou a resposta e o comentário foi: "Você vai ter que passar mais seis anos na Austrália para aprender que é o Estados Unidos!" Mas peraí, o que uma coisa tem a ver com outra? E não parou por aí. A cada resposta errada, era uma alfinetada, dignas de Ronaldo Ésper, onde ele deixava implícito que a pessoa que respondia era burra. Mas e quando a pessoa acertava? "Ah, você deu sorte, essa pergunta era muito fácil". Em suma: ninguém ali era suficientemente inteligente para ele. Realmente, ninguém ali era um poço de sabedoria, algumas questões eram ridiculamente fáceis e ainda assim eles erraram. Mas daí a humilhar pessoas em público... Pior: se achar o ser mais fantasticamente inteligente do Brasil... Lembrei do desenho: "Eu sou o máximo"...
Cara, ele realmente se acha e acha que manda. Foi aí que eu me dei conta de que realmente, el não só acha que manda, como manda. É gente assim que manda nesse país. Manda e desmanda conforme suas vontades. Afinal, ele pode fazer o que quer e bem entender, desde escrever um livro a ter um programa de tv... E essas pessoas que não tem idéia de onde fica a Venezuela (nem o Amapá) ou mesmo de onde vêm os soteropolitanos, são as que vão mandar no futuro. Desinformados? Completamente! Mas com uma coisa que faz a informação ser completamente dispensável: dinheiro. Esses engravatados não contam moedinhas como nós, eles mexem com milhões e bilhões diariamente. Um estalar de dedos e pronto! 50 milhões p/ sua conta. Pra que eu quero saber onde fica Tocantins se eu tenho uma conta de 8 dígitos? A não ser que tenha uma fazenda extremamente lucrativa por lá, que pode me render mais uns milhões...
Pois é, mais uma vez eu me pergunto: pra que estudar? Se mais vale você virar um jogador de futebol e juntar uma grana violenta pra quando você ficar velho e não jogar mais. Ou então ter um pai rico que vai te deixar de herança muito dinheiro e poder. Afinal de contas, p/ jogar futebol você não precisa estudar (é só contar o número de jogadores que sabem o hino nacional de cor e salteado). Aliás, nem pra ser presidente!!
Quer saber de uma coisa? Tosca aqui sou eu... Eu me demito!