tag:blogger.com,1999:blog-25422062683233965732024-02-20T14:32:32.545-03:00Estalos de VieiraSempre tive muitas ideias e sempre escrevi para liberar espaço aqui dentro para as novas. Contos, crônicas, minicontos, ficção, realidade, mas principalmente pensamentos. Às vezes eles precisam sair para não explodirem, então escrevo. Não para que me leiam ou para que me aprovem. Apenas necessito que eles saiam daqui de dentro. São pequenos estalos sobre diversos assuntos. Alguns morrem comigo. Os que querem sair são postados aqui.Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.comBlogger26125tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-45697838578634508092017-08-15T20:05:00.001-03:002017-08-15T20:05:11.208-03:00FériasQueria tirar férias. Mas não essas férias que tiro desde que virei freelancer. Tentando encaixar os dias entre fechamentos, levando notebook para alguma emergência, algum texto que entrou e precisa ser revisado de última hora. Queria tirar férias sem preocupações, sem pensar se a revista X vai fechar sem mim, se a revista Y vai ter algum problema, se vai dar tempo de entregar o livro Z no prazo.<br />
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Queria tirar férias sem me preocupar com o valor da diária do hotel, se vai dar para pagar as parcelas nos próximos meses, se vai sobrar dinheiro para comprar aquela lembrancinha ou comer em um restaurante mais caro.<br />
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Queria tirar férias sem ter que me preocupar com o tempo de viagem, com o caminho, os pedágios, o trânsito. Se peguei tudo de que vou precisar, se não me esqueci de nada, se vou precisar comprar alguma coisa para levar.<br />
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Queria tirar férias sem me preocupar com os passeios programados para serem encaixados nos dias que temos disponíveis ou acordar na hora para não perder o café da manhã. Sem me preocupar com os dias que restam para aproveitar antes de voltar à rotina de trabalho, à correria do dia a dia.<br />
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Queria tirar férias e não pensar na política nacional, no futebol, na violência, nas possibilidades de guerra no mundo. Sem pensar no futuro, no presente e no passado, ou nas vidas passadas. Sem pensar se alguém gosta ou não de mim, se terei problemas caso algo aconteça, caso alguém interprete mal o que falei. Sem me preocupar se vão falar de mim, das minhas fotos, das minhas férias.<br />
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Queria tirar férias. Da minha vida. Deste mundo. Das pessoas. Queria tirar férias de mim mesma.Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-64143135545001182272017-06-01T15:37:00.001-03:002017-06-01T16:02:56.592-03:00De Raça Negra a Jacques Brel, Alejandro Sanz e Paco de Lucia... Música boa é a que toca sua alma!<div>
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Um dia estava revendo meus cadernos de perguntas que fiz quando era adolescente. Entre tantas perguntas, uma me fez pensar: "Qual sua música preferida?" Eu nunca colocava apenas uma. Eram sempre umas quatro ou cinco no mínimo. E a cada mês essa seleção mudava. São tantas canções de tantos estilos diferentes que são escolhidas por tantas razões... É sempre injusto escolher apenas uma. </span></div>
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<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Naquela época eu ouvia muitos sambas e pagodes. Esse estilo estava em alta, tocava em todas as rádios, todos os programas de TV. Alguns me marcaram muito, tanto que me emociono até hoje, não pela qualidade musical ou pela letra, mas simplesmente porque a associo a algum momento da minha vida. </span></div>
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A música, assim como os aromas, é um ótimo ativador de memória. E por causa disso, temos aquelas canções que nos doem na alma. Seja por uma letra bem escrita, uma harmonia perfeita, uma melodia tocante ou o conjunto disso tudo. Seja porque nos lembra um momento, uma pessoa, uma saudade de um tempo que não vai voltar. Algumas canções são tão perfeitas que nos emocionam sem nem mesmo sabermos o que a letra diz. Outras não são tão perfeitas, mas são interpretadas de forma tão brilhante que acabam ficando perfeitas.</span><br />
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<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E quando falo de emoção, é impossível não lembrar de Jacques Brel interpretando <i>Ne Me Quitte Pas</i>. Nunca vi uma interpretação tão emocionada, tão doída! Cheguei a chorar vendo esse vídeo. A emoção que ele passa é indescritível. Mesmo sem saber uma palavra de francês, você entende exatamente o que ele quer dizer com aquela canção. Você sente a música. <i>Ne Me Quitte Pas</i> é uma das canções que me fazem chorar. Mas só a versão de Jacques Brel.</span></div>
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<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Recentemente, voltou à tona outra canção que me faz chorar: <i>Y Si Fuera Ella</i>?, de Alejandro Sanz. Foi com ela que o espanhol me ganhou. Uma amiga chegou a me perguntar por que era minha preferida dele. Não soube explicar. É visceral. É aquela música que toca na alma, que mexe com você, inexplicável. Há várias outras muito mais bonitas, muito mais inteligentes, muito mais políticas ou românticas. Mas é essa que me toca a alma, sem dó. Que me faz ter consciência de todos os sentimentos que tenho aqui dentro. Que não me deixa pensar. Ou me faz pensar demais. Não importa se quem canta é Alejandro Sanz ou outros intérpretes. Ela continua sendo espetacular e tem o mesmo efeito em qualquer voz. Ainda que eu prefira a original.</span></div>
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<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Mas o que realmente me mata é o flamenco. Desde antes de eu saber o que era flamenco. Tudo começou com Paco de Lucía e Bryan Adams. Nem gostei tanto da letra, mas aquele violão ao fundo me fez amar a música inteira. Foi ali, aos 12 anos, que eu quis aprender a tocar violão, apenas para aprender a fazer aquilo. Anos depois, descobri o flamenco, descobri Paco de Lucia, Vicente Amigo, Camarón de la Isla. Descobri que o flamenco tocava minha alma e quis aprendê-lo. </span></div>
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<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Catorze anos depois daquela música do Bryan Adams, ganhei um violão autografado pelo Alejandro Sanz em uma promoção e, antes mesmo de começar minhas aulas, tirei a introdução de <i>Have You Ever Really Loved a Woman</i> de ouvido. O objetivo era aprender flamenco, mas neste país é difícil achar quem queira ensiná-lo a alguém de nível zero. Comecei pelo erudito com um professor que queria me ensinar popular. Não deu certo. Mas a música me chamava. Tive aulas com meu noivo, entramos em uma orquestra, estudei sozinha. Cheguei a pensar em desistir, mas não. Resolvi aprender por conta, com vídeos do YouTube. Encontrei, entre tantas e tantas coisas, apenas dois realmente bons. Um deles já me fez tocar na segunda aula. Infelizmente só havia quatro aulas disponíveis. O outro... Bem, o outro foi o que me deu esperanças depois de tanto tempo. Entrei em contato com o professor, que é brasileiro, que me garantiu que o importante é ter amor pela música. E que é possível aprender em qualquer nível, em qualquer idade. O sonho começa a tomar forma agora. Sinto a música dentro de mim desde sempre. E agora é hora de começar a dar forma a ela. O caminho é longo, mas a gente começa dando o primeiro passo. Sozinha ou acompanhada, dessa vez vai! "<i>Y los demás que aguanten!</i>" ;)</span><br />
<span style="color: purple; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-84326892765747429742016-11-28T03:13:00.000-02:002016-11-28T03:13:31.615-02:00Quatro anos depoisÉ incrível como a vida passa mais rápido depois dos 20 anos. E depois dos 30, então, voa! Mal percebi que se passaram quatro anos desde a última postagem. Acho que a correria foi tão grande que nem vi os anos passarem. Continuo correndo contra o tempo, atrás dos sonhos, atrás dos objetivos. Mas hoje estou aqui apenas para compartilhar um miniconto que escrevi e segue abaixo.<br />
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"O cimento que liga as relações é o respeito. Pode acabar o amor, pode acabar a amizade, pode acabar a admiração, a ilusão, pode acabar tudo, menos o respeito. Já vi casais terminando relacionamentos de longa data e mantendo o respeito em nome dos filhos, ou mesmo do passado que tiveram juntos. Se tornam ex, mas continuam amigos. Não precisam ser melhores amigos, mas colegas, pais, pessoas que mantêm o relacionamento cordial em nome de um bem maior. Pessoas que se respeitam em nome desse bem maior. Conheço ex-casais que participam ativamente da vida dos filhos. E se encontrarem não se torna constrangedor. Lembranças e mágoas simplesmente somem. Aliás, mágoas são criadas por conta da falta de respeito. E algumas pessoas a alimentam a vida inteira.<br />
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Janete e Felipe nunca dariam certo como um casal por causa de suas personalidades fortes. Um dos dois deveria, obrigatoriamente, se anular para que o casamento seguisse em frente. Pois bem, um deles se anulou completamente: Janete. E como se isso não bastasse, Felipe, em vez de respeitar esse ato de altruísmo, resolveu se aproveitar da situação. Obviamente inseguro, começou a desrespeitar a esposa na frente de todos, não apenas dentro de casa. Havia situações que se acontecessem comigo seria o início do fim. Coisas que pessoa nenhuma aguentaria ouvir calada. E Janete ouviu. E sorria. "Ele só tá brincando", era a resposta. Nenhuma de nossas amigas acreditava na "brincadeira". Mas riam, apenas como um ato de comiseração ou para não criarem nenhuma situação constrangedora. Nunca ri. Sempre reprovei. E como as pessoas me conhecem pela minha sinceridade brutal, ninguém nunca pediu minha opinião sobre isso. Óbvio que eu daria. Talvez por isso mesmo Janete não gostava de mim. Mal olhava na minha cara. Tinha vergonha de mostrar essa fragilidade na minha frente. Como se fosse um atestado de fracasso. Como se, a qualquer momento, eu fosse apontar o dedo e mostrar que ela era uma fracassada. Nunca o faria. Minha indignação não é com quem faz de tudo para salvar um casamento, mas com quem faz de tudo para afundá-lo, sem admitir seus erros, tornando a situação insuportável para que o outro tome a iniciativa do fim, porque ele mesmo não tem coragem de fazê-lo. E eu me perguntei até quando esse casal aguentaria viver nessa situação. Para uma pessoa de bem, não é fácil tripudiar de alguém eternamente. E eu não creio que Felipe, que conheço há décadas, seja de todo mau. Já estava vendo o dia em que Janete não iria mais suportar tantos destratos e se revoltaria. E esse dia chegou.<br />
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Como alguém que guarda mágoas e rancores há anos, ela explodiu. Com palavras tão duras que até mesmo eu, que não tenho absolutamente nada a ver com a história, me senti ferida ao imaginar a dor que Felipe sentiu ao escutá-la. Explodiu na cara de todo mundo, sem reservas. E alternou momentos de explosão com momentos de reclusão. No canto, encostada, parecia se despedir solitariamente de tudo: do casamento, do cônjuge, dos amigos dele, da família, da história de anos. E quis chorar. Timidamente. Solitariamente. Seus olhos marejaram, mas não deixou nem uma lágrima cair. Deu-se conta de que ali ninguém a apoiaria. Que as amizades e os carinhos eram apenas para Felipe. Ela ficava com as migalhas. Deu-se conta de que todos eram falsos com ela, que os amigos dele apenas a tratavam bem por causa dele. E quando ele a tratava mal, ninguém a defendia. Alguns até mesmo a desrespeitavam com o pretexto do "estou brincando". Outros riam, como se ela fosse uma piada. Deu-se conta de que não tinha nada: nem respeito, nem amigos, nem família, nem marido. Nunca teve sequer apoio ou solidariedade daqueles amigos que ela pensava serem seus também. E deu-se conta de que, talvez, a única pessoa que a apoiasse era aquela que ela mais detestava. Que nunca ria quando faziam piada com ela. Que claramente reprovava quando alguém a tratava mal. Que nunca fez questão de agradar ninguém ali, que falava o que pensava na cara de quem fosse, ainda que doesse. De repente não sabia mais o que estava acontecendo. Os amigos sinceros eram falsos. A "amiga" falsa era a única sincera. E o amor pelo marido talvez nunca tenha existido. E se existiu, sumiu há tempos. Ali deu-se conta de que não importava mais o que os outros pensassem. Enquanto todos riam, ela sofria. Mesmo após as explosões, para eles, tudo não passava de brincadeira. Afinal, ela era a piada, sempre foi. Uma das amigas se aproximou silenciosamente para ver se estava tudo bem. Não estava. Mas entre o grupo e ela, preferiu o grupo. Não há tempo para solidariedade individual quando o grupo exige sua atenção. E essa amiga queria se encaixar. Era nova no grupo, como ela mesma fora um dia. Talvez até seguisse os mesmos passos dela. Uma grande roda de amigos de décadas. Será que realmente vale a pena se encaixar? Perguntou-se como seria esse grupo se ela sumisse. Exatamente igual, foi a resposta. Ninguém sentiria falta dela. Eram como uma grande família, mas sem espaço para os novos integrantes. A maioria estava casada e com filhos, mas se a esposa ou o marido de um deles fosse embora, não faria falta. Perguntou-se que fim levou o ex-marido da Roberta, que havia se divorciado há apenas alguns meses. Ninguém sabia, ninguém perguntava. Roberta estava bem, curtindo com os amigos de décadas. O ex sumiu como se jamais tivesse existido. Ele que parecia tão parte do grupo...<br />
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E enquanto tudo isso acontecia, eu a observava, adivinhando o que se passava naquela cabeça tão nova, tão previsível, mas que finalmente amadurecia. E torci por ela sinceramente. Ninguém é menos que ninguém, ninguém merece ser infeliz apenas por capricho, por status, ou o que quer que seja. Respeito é fundamental, e no dia em que ele acabou, ela deveria ter dito adeus. Ou se imposto, exigido que Felipe a respeitasse. Mas não. Abaixou a cabeça em nome de um bem maior. E ambos afundaram.<br />
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Felipe continuava bebendo sua cerveja e contando vantagem para os amigos. Como se nada tivesse acontecido. Eu me cansei de ver todo aquele drama e me preparei para ir embora, mas após ver nos olhos de Janete que ela estava se transformando, secretamente me orgulhei dela. Após me despedir de todos, deixei meus filhos com meu marido e, como sempre, dei tchau para ela à distância. E após anos sem falar comigo, enquanto amamentava seu filho, Janete deu um sorriso triste e respondeu sem me olhar. Foi o primeiro passo de uma grande mudança."<br />
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Este foi o primeiro de vários não escritos que tenho guardados em uma gavetinha da minha memória. Quem sabe não animo e começo a escrevê-los aqui? As histórias são inspiradas em histórias que me contaram, em livros que li, filmes aos quais assisti, enfim, são diversas inspirações. Só me recuso a escrever o que se passa comigo porque já tive muitos problemas com isso.<br />
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Eu conheci a Janete. E conheci o Felipe. Mas apesar de muito parecida comigo (confesso que muito do que sou, aprendi com ela), não sou o eu-lírico. Este papel cabe a uma colega minha, que está casada há anos, tem dois filhos e faz parte desse grupo de amigos motoqueiros apenas por causa do seu marido, este sim membro original do clã. Um dia ela me contou a história da Janete, que conheci por acaso no aniversário do filho dela, já separada de Felipe e com um novo amor. Carol nos apresentou e introduziu a história e a própria Janete fez questão de contar sobre o dia em que ela resolveu dar um basta no casamento. Pedi permissão para escrever e publicar uma história baseada nisso e ela me deu. E disse que após o fim do casamento, a única pessoa que foi procurá-la foi a Carol. E que hoje eram melhores amigas, apesar das ressalvas do marido dela, leal ao "clã". Achei interessante a frase que ela utilizou ao me contar isso: "O fim do meu casamento me deu duas coisas que eu prezo muito: meu amor próprio e uma amiga de verdade!"Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-23399166948569535872012-12-05T01:39:00.001-02:002012-12-05T01:39:33.285-02:00Los sueños que se cumplen son tan raros... ou não!Engraçado como o ser humano precisa sonhar. E mais engraçado é como ele não perde a capacidade de sonhar mesmo quando todos os seus sonhos se realizam. Para mim a vida é feita de objetivos, de pequenos sonhos, e a felicidade nada mais é que a realização desses pequenos sonhos. E quando eles se realizam, lá vamos nós inventar novos sonhos. Mais ambiciosos talvez... Provavelmente é isso que nos faz crescer e viver. Desejar mais, lutar para alcançar. E quando se alcança, desejar ir mais além. A vida com objetivos fica menos chata, você tem menos tempo para reparar no que não tem. Menos tempo para reparar na vida dos outros. Quando se está empenhado em conquistar alguma coisa, as coisas pequenas deixam de ser importantes. Pessoas pequenas deixam de ser importantes, são deixadas de lado. Se não vai ajudar, então cai fora.<br />
Sempre fui uma pessoa realista, desde criança. Nunca desejei brinquedos caríssimos, ou melhor, nunca tive a ilusão de que teria brinquedos caríssimos. Sempre fiquei presa ao orçamento dos meus pais e tinha plena consciência do que podíamos e do que não podíamos comprar. Em partes isso foi bom, pois aprendi a valorizar cada pequena coisa que tinha, e principalmente, a sonhar, a imaginar, a criar. Em partes foi ruim por limitar meus pequenos sonhos de consumo infantil. Mas sempre tive em mente que quando crescesse, compraria tudo que quisesse. E esse sonho aconteceu. Não passo mais vontade hoje em dia. Claro que sempre me programo, não vou esbanjando, afinal, ainda tenho meus pequenos sonhos para realizar. Fato é que não passo mais vontade se quero alguma coisa.<br />
Mas falando de sonhos, me dou conta de que nunca sonhei muito alto quando mais nova. Talvez para não correr o risco de me frustrar, afinal, se você não espera nada da vida, o máximo que pode acontecer é realmente não acontecer nada. Mas mesmo não esperando nada, tive oportunidades de ouro que não deixei passar. E assim acabei realizando pequenos sonhos que antes eram considerados impossíveis. Como passar em uma Universidade pública tendo estudado apenas em escolas públicas. Como conseguir trabalhar no emprego dos meus sonhos.<br />
Quando era adolescente, me apaixonei pela língua espanhola, e nessa acabei conhecendo e me apaixonando também pelo trabalho de um artista espanhol (o mesmo que escreveu o verso que dá título a esta postagem). Mas ele era espanhol, vinha ao Brasil raramente, e para mim o sonho máximo seria ver um show dele ao vivo. Carreguei esse sonho por longos 12 anos. E quando a oportunidade apareceu, agarrei. Conheci pessoas que valeram muito a pena nesse percurso. Outras nem tanto. Mas com a ajuda delas, novas oportunidades foram surgindo e eu finalmente consegui assistir a esse show. Chorei muito pela emoção de ter um sonho máximo realizado, e o melhor: ao lado da pessoa que amo. Mas não parou aí. Como falei, aproveitei todas as oportunidades que passaram na minha frente. E me empenhei de verdade em tudo que me comprometi a fazer. A recompensa sempre vem, e eu acabei conhecendo o tal espanhol pessoalmente. Para ser sincera, ele me era tão distante que eu jamais pensei que o conheceria pessoalmente. Nem sonhava com isso, pois parecia muito impossível. E no entanto lá estava eu, frente a frente com ele. Não chorei, não gaguejei. Não dei vexame nenhum. Um abraço, uma rápida conversa, um presente. E um muito obrigada por me mostrar que até os sonhos que você não sonha são realizáveis.<br />
A partir daí me dei conta de como tudo poderia ser possível com um pouco de empenho. Consegui uma casa para meus pais, consegui virar uma profissional autônoma, dona do meu próprio negócio, consegui lidar com pessoas difíceis na minha vida com muito jogo de cintura. E este ano o tal espanhol apareceu de novo. E dessa vez eu tinha um objetivo: conseguir uma entrevista com ele para o programa de rádio que faço na Rádio Sanz. Junto de uma superamiga, que conheci na ocasião daquele primeiro show, corremos atrás. Literalmente. Conhecemos mais pessoas que valeram a pena. E também conhecemos melhor pessoas que não valiam a pena, mas que ainda não sabíamos. Afinal, ninguém nessa vida pode ser feliz impunemente. Mas como disse anteriormente, pessoas pequenas são deixadas de lado. E pessoas invejosas são pessoas pequenas deixadas de lado com muito prazer. Em uma semana corremos todos os dias. Sem almoço, sem janta, correndo contra o tempo ("que corre porque é um covarde"), tentando dar conta de todos os compromissos sem faltar com ninguém. Porque a amizade também é um compromisso importante. E correr atrás dos seus sonhos não significa abandonar quem te quer bem. Algumas pessoas foram uma verdadeira surpresa, torceram pelo nosso sucesso de coração, outras nem tanto, se sentiram traídas, sabe-se lá por que razão. E no final de uma semana de muita luta, conseguimos nosso objetivo. Durante a semana nos encontramos várias vezes com o cantor, e nos abraçamos, conversamos, rimos juntos, foi fantástico. Na hora da entrevista não podia ser diferente. Sempre atencioso, sempre rindo, tudo foi perfeito. E mais uma vez ele me provou que eu posso tudo que quero.<br />
O depois não foi só paraíso, claro. Muitas fofocas, muita inveja, mas principalmente, muitas manifestações de apoio de gente querida! Tantas que fez as fofocas se sentirem tão pequenas que ninguém deu atenção. Gente que viu o duro que demos vibrou tanto ou mais que a gente e com a gente. E é muito bom realizar um sonho junto de amigos. Hoje tenho plena consciência de que tudo pode acontecer. E quando começar a desanimar, vou poder lembrar disso tudo. E ao contrário do verso que escreveu, esse espanhol me provou que "los sueños que se cumplen" NÃO SÃO TÃO RAROS assim. Obrigada Alejandro Sanz, por realizar vários pequenos sonhos meus, mas principalmente por me mostrar que vale a pena sonhar alto. Porque com muita luta e muita insistência, eles um dia se realizam! :DNaomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-80320293094677133642012-09-18T22:01:00.000-03:002012-09-18T22:01:17.452-03:00Papel, caneta e um coração: amizade de verdade...<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Daí a gente começa a escanear as fotos do colegial e lembra das cartas que escrevíamos para as amigas... Então corremos para pegar a caixa de cartas antigas e se depara com muitas recordações. Naquela época não existia Facebook, não existia e-mail. Era carta, envelope, selo e a famosa "carta-social" na caixinha do Correio. Bilhetinhos com mensagens de "te adoro" "vc é +QD+" e "te curto p/ KCT", cartas sérias discutindo algum mal-entendido, cartões de aniversário, de Natal, cartinhas entregues apenas para fazer aquela dobradura nova de envelope... Várias dobraduras que fazíamos, o conteúdo nem era o mais importante, ia só uma mensagem de carinho e pronto. A gente tinha tempo de dedicar uns minutinhos com um papel e uma caneta para outra pessoa. Talvez seja por isso que essas amizades duram até hoje, apesar da falta de tempo e do excesso de distância. Como serão as amizades feitas hoje virtualmente? Será que vão durar tanto assim como as nossas? Será que a mesma internet que aproxima consegue criar laços tão duradouros como os que foram criados com papel e caneta? </span><a data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=692770188" href="https://www.facebook.com/nani.santiago" style="background-color: white; color: #3b5998; cursor: pointer; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px; text-decoration: none;">Nani</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">, </span><a data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100003072135844" href="https://www.facebook.com/viviane.goncalvesdesouza.54" style="background-color: white; color: #3b5998; cursor: pointer; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px; text-decoration: none;">Viviane</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">, </span><a data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100000982092789" href="https://www.facebook.com/grazzielle.fredericci" style="background-color: white; color: #3b5998; cursor: pointer; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px; text-decoration: none;">Grazzielle</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">, </span><a data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100000649458227" href="https://www.facebook.com/profile.php?id=100000649458227" style="background-color: white; color: #3b5998; cursor: pointer; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px; text-decoration: none;">Lívia</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">, </span><a data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100000900986021" href="https://www.facebook.com/pimentel.con" style="background-color: white; color: #3b5998; cursor: pointer; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px; text-decoration: none;">Conceição</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">, </span><a data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=1576458709" href="https://www.facebook.com/lyudi.sanai" style="background-color: white; color: #3b5998; cursor: pointer; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px; text-decoration: none;">Lyudi</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">, </span><a data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100001806011433" href="https://www.facebook.com/Dhinhaa" style="background-color: white; color: #3b5998; cursor: pointer; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px; text-decoration: none;">Amanda</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">,</span><a data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100000926924714" href="https://www.facebook.com/queilla.torres" style="background-color: white; color: #3b5998; cursor: pointer; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px; text-decoration: none;">Keyla</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">, </span><a data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100001413190878" href="https://www.facebook.com/juliana.garcia.777" style="background-color: white; color: #3b5998; cursor: pointer; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px; text-decoration: none;">Juliana</a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">, e muitos outros amigos dos quais me perdi na vida: ainda guardo TODAS AS SUAS CARTAS. E guardarei sempre, com muito carinho! Obrigada por darem sentido a minha vida e por estarem comigo em todos os momentos. Seja pessoalmente, seja em pensamento. :D</span>
Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-35410890052275536502012-06-27T17:16:00.001-03:002012-06-27T17:18:24.241-03:00Homens (?)Alguém me explica o que raios está acontecendo com os homens de hoje em dia? Não, não sou uma pró-machista, nem antifeminista, nem nada do gênero, mas o fato é que os homens de hoje diferem enormemente dos de 10 anos atrás. Por exemplo, há 10 anos você jamais veria um homem com medo de estragar as unhas. Aliás, já era estranho um homem fazendo as unhas! Alguns, inclusive, são mais vaidosos que muita mulher que conheço. Cremes, roupas, cabelo, pé, mão, até maquiagem! Caraca, quando eu ia sonhar em ver um cara passando pó para jogar futebol? Eu, que só comecei a usar pó depois dos 20 (por pura desencanação, confesso). Não vou negar que um homem bem-cuidado é bonito, sim. Assim como não nego que um homem largado é um problema. Mas será que não dá pra ter um meio termo? Nem demais, nem de menos? Um homem que corta as unhas, lava o cabelo, toma banho, sei lá, pra mim tá ótimo. Nada contra aqueles que usam hidratante, condicionador, creme para as mãos e tals. Tenho um certo problema com homens que usam base nas unhas, mas aí é coisa minha, me broxa e ponto. Agora o que não dá pra aguentar é homem que fica 1 hora e meia no banheiro fazendo escova, modelando cabelo, passando creme nos pés, nas mãos, creme para estrias, gordura localizada, anti-idade, antirrugas, antiolheiras, antitestosterona! Imagina você cheia de amor para dar antes de dormir, espera o cara na cama por uma hora e quando ele finalmente chega, você dá de cara com uma máscara noturna de pepino, robe branco e pantufas! "Ah, hoje não, amor, acabei de colocar minha máscara noturna, vai estragar tudo."<br />
Imagina seu marido roubando suas revistas femininas para descobrir as novidades no mundo da beleza? Pior: discutindo o melhor creme antissinais com suas amigas. Ou aquela lipo dos sonhos. "Amor, você acha que essa blusa me deixa gordo?" Oi? Essa pergunta não devia ser minha? Essas frescuras não deveriam ser minhas? Ah não. Podem me chamar de antiquada, mas homem, para mim, deve pelo menos <span style="background-color: white;">parecer homem</span><span style="background-color: white;">. Quer coisa melhor que aquela barba por fazer roçando no seu pescoço? Ou então uma mão um pouco áspera (um pouco só, não ralador de queijo!) no seu corpo?</span><br />
<span style="background-color: white;">Em tempo: adoro homem que cozinha. É sexy! Também adoro homens sensíveis. Sensíveis, não chorões, tá? Tem uma diferença absurda entre eles. Nada contra homens adotarem algumas características consideradas exclusivamente femininas no século passado. Mas como tudo, em excesso é péssimo. Homem que cozinha é bom, homem cheiroso é bom, homem sensível é bom. Mas homem que tenta ser mais bonito, macio e fashion que você, que não quer quebrar a unha ou sujar o sapato, que é inseguro com relação à aparência... Aff! Aliás, insegurança é ruim em qualquer um dos lados. Homem inseguro, se achando gordo e feio é tão chato quanto mulher insegura que se acha gorda e feia.</span><br />
<span style="background-color: white;">De fato, sou uma pessoa que não tolera frescuras. Mas homem fresco é pra morrer de catapora, viu?</span>Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-86631696084490175032012-06-21T17:03:00.000-03:002012-06-21T17:03:03.550-03:00Gostoso como um abraçoTem coisa mais gostosa que um abraço? Um abraço apertado, dado com vontade, claro. Aqueles "encosta-de-lado-tapinha-nas-costas" p/ mim dão igual, não têm graça nenhuma, são como apertos de mão. Mas aqueles abraços em que a pessoa realmente se entrega, aperta com vontade e, você sente, sorrindo. Um abraço com sorriso é maravilhoso. Independente do motivo. Se é um abraço de saudade por fazer tempos que vocês não se viam. Um abraço de aniversário. Um abraço de "parabéns", seja lá qual for o motivo. Um abraço porque seu time ganhou. Um abraço porque você passou no vestibular. Um abraço porque você se formou. Ou um abraço que diz "eu te amo". Aquele abraço sem palavras, em que os corações se encontram e falam por si só. Aquele abraço que diz "como estou feliz por estar aqui com você". Um abraço de amizade, um abraço de consolo quando você está triste. Um abraço de reconciliação depois da briga.<br />
Nessa vida corrida é difícil conseguirmos um tempo para sentar e conversar com quem se gosta. É tanto por fazer, por entregar, são tantos prazos, tantas tarefas, tanto... tanto! Mas aí no meio do dia você ganha um abraço bem dado. E o mundo para naquele momento. Ninguém fica olhando o relógio no meio de um abraço. São alguns segundos seu e daquela pessoa, mais nada. Não custa nada e faz um bem imenso. Sem contraindicações, exceto se for mal-interpretado, claro! Mas aí o problema não é mais do abraço...Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-67347392961839958712012-06-07T16:27:00.000-03:002012-06-07T16:27:04.284-03:00Um pouco de romance é necessário... Um pouco!Quando me perguntam se sou romântica não sei o que responder. E minha resposta é: defina uma pessoa romântica. Não sei o que é uma pessoa romântica. É uma pessoa que vive demonstrando para todos o quanto ama alguém? Uma pessoa que precisa provar constantemente para todos que ama e é amada? Para mim isso não é romantismo, é insegurança. Não vou negar que passei por essa fase. Assim como não nego que só passei por ela para convencer a mim mesma dos meus sentimentos. Graças a Deus isso se passou em uma época em que as redes sociais eram desconhecidas, assim, ninguém teve que sofrer com minhas verborragias sentimentais além do ser amado.<br />
Mas voltando à minha adolescência, sim, passei horas do dia pensando naquele cara que eu achava que amava, quando no fundo ele era só uma desculpa para eu me sentir apaixonada. É, eu me apaixonava pela ideia de estar apaixonada. Um tanto platônico isso, verdade. Pensando hoje, acho que só amei duas pessoas na vida. E hoje estou com uma delas. Curiosamente, na época do "primeiro amor" eu não enchia caderninhos com declarações de amor, pensamentos e dúvidas. Isso sempre se passava quando eu não estava gostando de ninguém. Quando meus interesses se davam mais pela história que não aconteceu e jamais aconteceria do que pela pessoa em si. Vivia de "ses". Se ele me olhar, se ele me beijar, se ele... E pensando nisso me dou conta de que essa coisa de adolescente que sumiu com o passar dos anos ainda persiste em algumas pessoas. Várias simplesmente não amam o namorado. Amam a ideia de ser invejada por ter um namorado. Talvez nem sequer namorassem se não existissem as redes sociais para postar fotos e declarações de amor. Gostam de mostrar, apenas isso. Olha, esse é meu namorado lindo que me ama. Invejem-me, por favor! Sou amada! Invejem-me. Algumas inclusive não veem a hora de chegar em casa e postar todas as fotos com o namorado. Preferem amar sozinhas, em casa, longe da pessoa. Afinal, se não tem ninguém p/ olhar, qual a graça de estar junto? Quanto mais distante melhor, afinal, a saudade é praticamente o sinônimo do amor nestes tempos.<br />A propósito, não acredito em amor à distância. E não acredito porque, para mim, uma relação deve ser construída com pessoas e não com ideais de pessoas. É muito mais fácil você idealizar uma pessoa e se relacionar com ela. E a pessoa lá do outro lado da cidade, do Estado ou do País simplesmente se torna uma desculpa, um boneco que você vai utilizar para preencher com seu ideal de pessoa. Como brigar com alguém à distância? Ou melhor: por que brigar com alguém que está longe? Como conhecer alguém de verdade se vocês se veem uma vez por mês, por semestre, por ano? Como saber se o cara do outro lado tem bafo, tem chulé? Como saber se aquela menina escova os dentes, não é bipolar? Como saber se o outro simplesmente não é alguém completamente diferente do que apresenta pela internet? Conheço casais que só conheceram o outro realmente depois que casaram. E aí o mundo desmoronou. "Poxa, casei enganada!" é o que mais se ouve hoje em dia, seguido de "Eu não sabia que ele era assim", "Eu pensei que fosse diferente". Aí o que acontece? Ou a pessoa se engana eternamente e vai empurrando com a barriga, ou desiste e cai fora. E as estatísticas de casamentos que não deram certo vão crescendo. Sim, é quase impossível você conhecer alguém completamente antes de morar com essa pessoa e conviver com ela no dia a dia. E se isso já é praticamente impossível, para que dar sopa p/ azar? Já que não dá p/ conhecer totalmente, vamos tentar conhecer o máximo possível, pode ser?<br />
Tá, sou suspeita para falar, afinal, namoro há 9 anos. Mas não me arrependo de não ter casado ainda. Ser impulsiva nunca foi a minha. Gosto de tudo planejado, tudo organizado. Sei que nem sempre as coisas acontecem como eu planejo, mas nem por isso vou deixar de planejar. É o meu jeito, paciência.<br />
Assim como é o meu jeito não ser uma romântica-padrão. Você nunca vai me ver fazendo declarações de amor públicas. Nunca vou aparecer com um carro de som na rua, soltando fogos e pendurando faixas dizendo que amo. A não ser que isso seja para fazer piada, para sacanear alguém. Afinal, não dá p/ levar a sério uma pessoa dessas, não? E também não gosto de demonstrações efusivas de afeto. Aquela coisa e sair gritando, abraçando, beijando, rodando, te amo, te amo, beija, beija... Blergh! Não, obrigada, passo. Prefiro que tudo isso seja feito entre quatro paredes, apenas para nós dois.<br />
Claro que gosto de abraços e beijos, claro que gosto de ouvir que alguém me ama, só não acho que seja necessário um circo para que todos vejam isso. Intimidade em tempos de internet e redes sociais é algo raro hoje em dia. E eu valorizo a minha. Daí quem vê de fora me acha estranha. Pior: acha que meu relacionamento é estranho. "Credo, vocês são tão frios!" Oi? Frios? Quer dizer que se um casal não ficar se agarrando em público eles são frios? Mas afinal de contas, por que tenho que provar que sou "quente"? Qual a necessidade que as pessoas têm de provarem constantemente que são felizes? Por que elas precisam da aprovação dos outros? Não sei.<br />
É bom fantasiar sozinha. É bom fazer planos românticos. É bom dizer e ouvir "te amo". Mas não sei se é bom a necessidade de testemunhas. Não sei. Só sei que um pouco de romance é bom, sim. Mas só um pouco.Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-29233945985743426142011-08-02T02:56:00.002-03:002011-08-02T03:09:55.932-03:00ReflexãoMais de um ano se passou, as postagens cessaram, mas não os pensamentos. E talvez seja por isso que aqui retorno, para ver se eles se aquietam e me deixam voltar a dormir em paz. Excesso de ideias faz mal. Excesso de reflexão, então, pior ainda. E aquela velha questão: "E se...? E se...?" Chato é depender dos outros para ser feliz. Ninguém consegue ser feliz sozinho. E quando digo sozinho é porque realmente não dá para ser feliz quando alguém próximo a você está mal. Maldita compaixão que nos tira o sono por causa de problemas alheios... <div>E às 3 da madrugada, estou aqui, tentando ordenar pensamentos, sem saber ao certo o que sinto, o que penso, e o porquê de tudo isso. Tentando entender por que as pessoas dificultam as coisas mais simples. Tentando entender como as coisas nascem e como elas morrem... Mas principalmente, tentando entender por que as pessoas não fazem questão de entender... Por que as pessoas ignoram as coisas, tal como sofistas, achando que ao fechar os olhos, tudo desaparecerá? Eu prefiro encarar a realidade, entendê-la, buscar os motivos, as razões, as consequências. Mas alguns não. Preferem fechar os olhos. Fazer de conta que nada mudou. Acreditar que pessoas não mudam, que lugares não mudam, que nada muda se ela assim acreditar bem forte. Tal como as crianças. "Se eu desejar com muita força, acontece." Não, não é bem assim. Nós desejamos que as pessoas aprendam com seus erros e muitas não aprendem. Ao contrário, continuam persistindo no erro sem tirar nenhuma lição disso.</div><div>Ver pessoas sofrendo por tão pouco tira meu sono... Ainda mais porque sei que só sofrem por não entenderem a situação. Sofrem gratuitamente. Sofrem por não querer ver o óbvio. Pessoas que se enganam diariamente, acreditando na própria mentira que criaram.</div><div>Às vezes penso que minha vida está passando rapidamente. Que não estou aproveitando devidamente. Que um dia, lá na frente, hei de me arrepender por todos os dias "vividos por viver". Mas o que fazer? Não sei. E isso também me tira o sono. Fato é que eu me acostumei com a rotina corrida: acorda, corre, sai, trabalha, volta, trabalha, come, dorme, acorda de novo, corre, corre, corre... E correndo e correndo, a sensação é a de não chegar em lugar nenhum. E isso é deprimente. Quando a balança desequilibra é deprimente. Profissional ok, familiar ok, pessoal? Hm... Não está ok. O que fazer? Como mudar? Como melhorar?</div><div>Buscamos a perfeição? Talvez. Alguns se contentam com o "tá bom assim". Outros nem se preocupam. Só querem estar bem no momento, olhando p/ próprio umbigo. Talvez as pessoas egoístas sejam mais felizes que as altruístas. Pelo menos a preocupação das primeiras são bem reduzidas quando comparadas à das segundas... Talvez o segredo seja não se importar. Mas como não se importar amando? Como deixar as coisas como estão se sabemos que estão erradas?</div><div>E as interrogações só aumentam, enquanto o sono tenta vencer a reflexão... E vence. Sempre vence...</div>Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-70227774686671315722010-07-27T21:49:00.002-03:002010-07-27T22:31:46.179-03:00MãesSei que estamos próximos do Dia dos Pais, que o Dia das Mãe já passou faz tempo, mas nessa minha vida de observações comecei a me dar conta de que muitas pessoas são o que são hoje por causa da criação que tiveram, para o bem ou para o mal. Também reparei que essas mesmas pessoas se baseiam na criação que tiveram para criarem seus próprios rebentos, seja como exemplo a ser seguido ou não.<br />Mas o que me motivou a escrever foi o choque ao me deparar com certas mães que simplesmente usam seus filhos, não se importando com o sentimentos deles e nem mesmo como de que modo isso poderá influenciar nas suas vidas futuras. Existem mães que por vaidade criam traumas em seus filhos que duram até a vida adulta. E este ser adulto nunca poderá ter um relacionamento saudável com ninguém por conta disso.<br />Conheço pessoas que têm relações mal-resolvidas com suas mães e nem sequer têm consciência disso. Pior: sequer têm consciência de que têm problemas. E sofrem a vida toda e fazem todos sofrerem com elas. Algumas não suportam olhar para suas mães, outras, ao contrário, sequer pensam na possibilidade de se desgrudarem delas. E vivem anos e anos com medo de um dia perdê-las ou de serem obrigados a se separarem delas. Evitam crescer por conta disso. Evitam responsabilidades e compromissos. Têm medo de serem obrigados a sair da saia da mãe se crescerem demais. Outros se separam de suas mães apenas para chamar a atenção delas. Vão para longe, ficam dias sem dar notícia, apenas para que elas se preocupem e demonstrem algum afeto. São os carentes, aqueles com a autoestima baixa, que em algum momento da vida se sentiram tão rejeitados pela própria mãe, que se recusam a passar por esse sentimento novamente. E fazem de tudo, se tornam "rebeldes", jogam com os sentimentos dos outros apenas para receber um afago da mamãe. No fundo, todo rebelde é um mimado querendo chamar a atenção. Jogando com todos, usando pessoas, envolvendo gente inocente no jogo, apenas para suprir sua vaidade. É deprimente. Dá pena de gente assim, pois eles jamais serão felizes. No dia em que suas mães morrerem, vão fazer o que da vida? Vão ser obrigados a chamar a atenção de quem? Afinal, quem vai sobrar depois de anos e anos de relacionamentos destrutivos?<br />Enfim, dá pena dessas pessoas, mas de quem é a culpa disso tudo? Na grande maioria, da mãe. Conheço mães que jogam os filhos um contra os outros apenas para ser disputada, se sentir importante, como uma grande dama de um harém masculino. E se vangloriam disso, colocam seus filhos no mesmo patamar de seus maridos e fazem com que eles briguem entre si pela atenção dela. Freud explica... ou lamenta. O famoso Complexo de Édipo é levado ao mais alto grau da insanidade por vaidade. E o pior disso tudo é que elas se designam grandes mães. Se consideram perfeitas, amadas ao extremo, sabem que seus filhos jamais vão trocá-la por ninguém mais. E quando isso acontece, se volta contra a escolhida do filhinho. Disputa o filho como se fosse uma presa, usa de todos os artifícios para acabar com tudo. Algumas conseguem e têm seus filhinhos na barra da saia a vida toda, como uma legítima Dona Armênia. Outras perdem a batalha e, consequentemente, seus filhinhos. Que descobrem uma face oculta da adorada mãe e se assustam, e se sentem enganados e somem. Esse é o grande risco que as Donas Armênias correm: o de serem descobertas pelos próprios filhos.<br />Mas também temos aquelas mães que têm filhos apenas para exibir por aí. Como se fosse um bibelô adquirido na sua última viagem ao exterior. Usam seus filhos apenas para exibir em eventos sociais. Ou para dizer que são "mães de família", para adquirir um status na sociedade, posar de mãe amorosa. Na intimidade do lar, sequer ligam para eles. Tratam as crianças como pequenos animais de estimação, dão comida, limpam, e deixam ali no cantinho brincando sozinhas. Daí, das duas, uma: ou elas vão criar novos carentes por atenção, ou vão criar pequenos marginais que vão posar de rebeldes apenas para conquistar a atenção dessas mães relapsas.<br />Ah, por que raios resolvi escrever sobre isso? Por um motivo bem simples: educação. Acabei de ler um e-mail falando justamente sobre a dificuldade que os professores têm para dar aula, do sucateamento da educação no Brasil, e cheguei à conclusão de que não há o que fazer para melhorar a educação se não melhorarmos a "educação" do povo. Muitos acham que falta investimento, mas de que adianta investimento, melhora de infraestrutura e de capacitação de professores se os alunos continuarão a ser os mesmos? De que adianta dar computadores novinhos, material de última geração, professores com doutorado, se os alunos serão os mesmos que vão à escola apenas porque são obrigados? Que não estudam porque estudar é "coisa de nerd", é para os fracos e impopulares? Enquanto a mentalidade dos estudantes de hoje não mudar, não adianta investir, pois seria jogar pérolas aos porcos. E enquanto existirem mães que delegam a educação de seus filhos para a sociedade, nada vai mudar.<br />Muitos são os que reclamam do país, que reclamam dos governantes, mas ninguém se dispõe a mudar, ninguém se preocupa com o bem-estar dos outros. Enquanto a sociedade tiver essa (falta de) educação, nada vai mudar. No fundo, cada país tem o governante que merece...Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-92134568680695655462010-06-18T00:41:00.002-03:002010-06-18T01:00:38.812-03:00Vacas e mais vacas - parte 2Ah, as vacas! Não as malhadas e fofas, e úteis para a sociedade, mas aquelas vacas inúteis, que perdem seu tempo se preocupando com mesquinharias e, principalmente, com a vida alheia. Aquelas vacas que não existem se não for em comparação com outro espécime do mesmo sexo, com a disputa, com a vontade infinita de se sentir superior. Talvez porque no fundo ela se sinta tão inferior que precise provar constantemente para si mesma que não é assim. Para essa disputa vale roubar o homem da outra, provocá-la com as medidas corporais (sim, para essas vacas, apenas o corpo é o que importa, elas não podem tentar medir inteligência ou sentimentos, pois são deficientes destes), puxar o tapete, difamar, enfim, para a vaca aparecer vale tudo, absolutamente tudo. Não existe respeito, moral, ética nem mesmo dignidade. Vacas sequer sabem soletrar "dignidade". Usam seu corpo, usam seu nome, usam o respeito que os outros têm por ela, usam seus filhos, seus maridos, seus familiares. Usam pessoas como se fossem coisas. E usam coisas como se fossem pessoas. São incapazes de diferenciar uma coisa da outra. Porque elas mesmas sabem que no fundo são apenas "coisas". Meros objetos dos quais os outros se utilizam e descartam rapidamente. Porque é impossível se relacionar com alguém que aja como um objeto. Vacas não sabem diferenciar uma piada de algo dito seriamente. Vacas não sabem fazer piadas porque não têm compreensão da dimensão das palavras. Vacas não sabem escrever. Escrevem apenas para tentar se comunicar com os outros. E por "comunicar-se", entendam "fofocar". Vacas tentam usar as palavras para atingir os outros. Mas não conseguem. Só conseguem atingir os outros por atos, ou mesmo por palavras ditas ao léu, nunca diretamente. Porque vacas não têm coragem. Não sabem o que é isso. Querem brigar, mas só se alguém estiver à sua frente para apanhar em seu lugar. Vacas gostam de bater, mas vivem apanhando. Principalmente da vida. O pior é que nunca aprendem com os tombos que levam. Apenas esquecem e voltam a cair sempre no mesmo lugar, no mesmo ponto. Desperdício de encarnação.<br />O bom disso tudo é que enquanto essas vacas ficam se matando umas as outras, eu sigo meu caminho. Aprendo com meus erros, sigo em frente, sempre buscando ser alguém melhor. Corro atrás de meus objetivos, geralmente alcanço, nunca rápido demais, nunca sem o devido esforço. Às vezes demora, mas sempre sou recompensada. E é essa certeza de conquista pelo esforço que me mantém no lugar, focada. Enquanto as vacas perdem seu tempo falando da vida alheia, estou conquistando aos poucos tudo que elas sequer pensarão em ter um dia. Porque as vacas podem ter corpos belos (ou não), podem achar que tem tudo que precisam, mas o principal elas não têm, nem nunca terão: conhecimento. Só é possível adquirir conhecimento ao olhar para si mesmo e entender suas limitações. E as vacas se recusam a aceitar que possuem limitações como qualquer mortal. Daqui a 30 ou 40 anos, terei muito mais a oferecer que qualquer uma delas. Porque a única coisa que elas têm a oferecer estará caído, estará envelhecido, estará em decomposição. E o conhecimento, esse não deteriora nunca. Esse a gente leva p/ sempre.<br />Obrigada, vacas! Por existirem e me fazerem perceber que eu ando no caminho certo. Por servirem de exemplo a não ser seguido. Por viverem o suficiente para me ver chegar lá.Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-59778136739305338272010-06-10T01:08:00.003-03:002010-06-10T01:25:07.346-03:00Casamentos...É, vamos voltar àquele post antigo de fevereiro, quando disse que ia discorrer um pouco mais sobre o trecho do livro.<br />Em primeiro lugar, eu não sou casada, mas sou uma observadora. Observo os outros para aproveitar os exemplos. Sendo assim, consigo enxergar muitas coisas que os outros não podem por estarem preocupados demais olhando para si mesmos.<br />Namoro há muito tempo e só agora estou começando a sentir que estamos nos preparando para casar. Casamento envolve muita coisa, mas acho que a mais importante de todas é maturidade. Não dá p/ entender casamento entre pessoas imaturas. Eles só fazem as pessoas sofrerem. E não é só quem está nele, mas sofre tb quem está fora. Vejo casamentos que aconteceram por vários motivos errados hoje. Pessoas que casaram para sair de casa, pessoas que casaram para realizar o sonho da princesa e seu príncipe encantado, pessoas que casaram para dizer que eram grandes e tinham família, pessoas que casaram apenas para dizer a todos que não era uma encalhada. Poucas são as pessoas que conheço que casaram apenas porque sentiram que era a hora certa, que tinham condições financeiras e emocionais para isso. Pessoas que casaram apenas para condizer com o papel na sociedade, mas que no fundo já se sentiam casadas há tempos.<br />O que é o casamento? Instituição social? Patamar feminino? Indicativo de maturidade? Licença para transar e ter filhos? Apenas mais um papel que nos define perante a sociedade? Não sei. Casamento para mim é compartilhar a vida. É aprender a se dar, a conviver com alguém que não estava lá quando você nasceu. Alguém que surgiu em sua vida e sabe-se-lá por que cargas d'água você gosta de ficar junto. É aprender a dar e receber. É ter com quem lutar para alcançar seus objetivos. É ter com quem contar nas horas difíceis. É importante sim, mas é realmente necessário assinar um papel para tudo isso?<br />Conheço pessoas que esfregam na cara que são casadas e "muito bem casadas". O que seria ser "bem casada"? Essas mesmas pessoas são infelizes porque têm que mostrar para os outros que são felizes, isso porque nem mesmo elas acreditam nisso. Elas tentam provar para si mesmas que o conto de fadas existe, sim, mas no fundo sabem que estão se enganando. Casamento deve ser cansativo. Tentar provar a todo custo que se é feliz em um deve ser mais cansativo ainda. Tenho pena dessas pessoas que acham que é obrigatório ser feliz quando se casa. Elas vivem num mundo ideal e não sabem como encarar a realidade. Guardam seus problemas para si, com medo de que os outros descubram a sua infelicidade. No fim das contas, o que se torna um martírio não é o casamento, mas o papel representado para os outros. E quem representa esse papel sequer tem a chance de começar de novo. Porque para começar, elas precisam terminar. E isso é admitir publicamente o fracasso. Triste essa vida de querer agradar os outros. Triste essa vida de se anular apenas para manter viva uma coisa que morreu antes mesmo de começar.<br />Algo que começa com os motivos errados tende a terminar pelos mesmos motivos. Não dá p/ viver um conto de fadas nos dias de hoje. Quando duas pessoas resolvem casar, é preciso ter em mente a realidade. O problemas é que muitos só a conhecem depois do mal feito...Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-10334159502260492812010-04-07T00:13:00.002-03:002010-04-07T00:20:30.228-03:00Censura pessoalCurioso como algumas coisas acontecem e as pessoas sequer questionam. Algumas pessoas parecem temer outras. Falam e discorrem sobre tudo, mas alguns assuntos são proibidos, têm medo de desagradar alguém. E fica aquele silêncio que diz muita coisa. Aquele silêncio permissivo, que diz que todos sabem, mas o melhor é não comentar. E qualquer frase de duplo sentido já deixa o clima tenso: "Será que ela vai falar? Será que vai responder? Será que é agora que tudo vai explodir?". É por essas e outras que eu prefiro manter a distância. A falsidade me irrita, mas o clima de censura me irrita mais ainda. É patético vermos pessoas suportando situações que sabemos que jamais seriam aceitas por elas em outras circunstâncias. Entretanto, por causa daquela outra pessoa... tudo muda!<br />Sei que algumas coisas não devem ser ditas para não magoar o outro. Mas muitas coisas deixam de ser ditas apenas para que a pessoa não se indisponha com você, é como um medo de ser julgado, de ser colocado em determinada lista negra, não sei bem.<br />Vejo pessoas passando por situações hoje que há uns anos atrás diziam jamais permitir tal coisa. E fica aquele olhar passivo, aquele olhar que sabe o que os outros pensam, mas que ninguém fala. É deprimente. O melhor mesmo é sair de perto para não presenciar tal cena...Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-44681035317872531062010-02-08T02:45:00.003-02:002010-02-08T02:53:12.960-02:00Trecho de livro<span style="font-family:Arial;"> <p align="left">Faz muito tempo que não posto aqui. Depois que descobri o Twitter, vi que podia me expressar em 140 caracteres e a falta de tempo me impediu de poder desenrolar longos pensamentos como fazia antes. Entretanto volto aqui apenas para partilhar um trecho de um livro que estou lendo agora, "Ninguém é de ninguém", da Zíbia Gasparetto. Deixando o valor literário dele de lado, esse trecho diz muita coisa:</p><p align="left">"<span style="font-family:Arial;">— O ideal teria sido escolher melhor a pessoa com a qual queríamos nos casar. Muitos casamentos estão errados desde o começo.</span></p><p align="left"><span style="font-family:Arial;">— </span>Tem razão. O difícil é ter discernimento na hora de escolher. Deixamo-nos levar pela atração física, pelos interesses pessoais, pelos nossos sonhos de ter uma família ideal. Projetamos nossos desejos em alguém que “parece” ser tudo que desejamos. Assumimos papéis sociais pretendendo impressionar o parceiro e não temos como avaliar o que cada um é de verdade. Com o tempo e a convivência, percebemos o quanto a pessoa é diferente do que havíamos imaginado. Então vem a rotina, a insatisfação.</p><p align="left">— <span style="font-family:Arial;">E a desilusão. Mas é tarde. O mal já está feito. E os filhos é que sofrem pela nossa inexperiência."</span></p><p align="left"><span style="font-family:Arial;">Outro dia discorrerei com mais calma sobre o assunto. Até mais.</p></span></span>Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-37342422111318453012009-04-15T23:06:00.003-03:002009-04-15T23:38:00.771-03:002 mil anos atrás...Eu jurei que não ia escrever sobre o assunto. Nem quando ele foi noticiado, nem depois das repercussões. Mas hoje não deu. Acho um saco discutir coisas que não dá p/ discutir, como religião, política e futebol. Coisas que cada um tem sua opinião e pronto. Mas agora não deu mais.<br />Fiquei revoltada hoje ao ler uma notícia dizendo que o Arcebispo de Pernambuco (aquele que excomungou os médicos e a mãe da menina de 9 anos que fez um aborto de gêmeos) vai ser homenageado pela "sua atitude heroica no cumprimento do ministério episcopal, na defesa da vida humana, ao enfrentar o desagrado de tantos que promovem a cultura da morte".<br />Só queria entender o "defesa da vida humana". O que será que eles entendem disso? Bom, retomando os fatos: a menina de 9 anos foi estuprada pelo padrasto e engravidou de gêmeos. Culpa dela? Aparentemente sim, afinal, ela deveria pagar com a vida pelo que fez. Foi diagnosticado que se ela prosseguisse com a gravidez, era morte certa. Então a pobre menina teria que se conformar, pois as vidas geradas de um estupro, uma coisa abominável, eram muito mais importantes que a própria vida dela.<br />No momento em que foi descoberto o absurdo, a Igreja sequer pensou na vida dela. Nem lembrou da idade da menina. A coitada brincava de boneca e o pervertido do padrasto resolveu brincar com ela, destruindo toda a sua infância, quiçá seu futuro como mulher. Será que ela conseguirá confiar em um homem depois disso tudo? Será que ela terá uma vida normal depois desse trauma de infância? Tomara que ela não tenha entendido a gravidade do que aconteceu com ela. E espero que jamais entenda a mentalidade ignóbil desse arcebispo que puniu as pessoas que pensaram nela. Porque o próprio falou em alto e bom som: aborto é pior que estupro. Voltamos ao Maluf: "estupra, mas não mata". No caso: "estupra, mas não aborta".<br />Ah, o padrasto não foi excomungado. Interessante, não? Afinal, a igreja perdoa seus pecadores arrependidos. Ele só não conseguiu se conter diante da ardilosa menina de 9 anos que o provocava, muito menos da irmã da menina, com problemas mentais, que também o seduziu. "Pôxa, seu padre, elas me provocaram", "Tudo bem, meu filho, as mulheres são assim mesmo, lembre-se de Eva. Se não fosse ela, todos nós ainda estaríamos vivendo no Paraíso".<br />E o que posso apreender dessa história? Simples: para a igreja católica a mulher continua sendo a grande culpada da humanidade. Um estupro nada mais é do que merecido, não importa se ela tenha 39 ou 9. Mulheres são culpadas desde que nascem. Apenas pelo simples fato de terem nascido mulheres. Queimemos todas, afinal, todos nasceram de ovos mesmo. Todos chocados ao sol. Padres, arcebispos e afins foram enviados de Deus. Brotaram da terra. Não têm mãe ou irmãs. Talvez se tivessem filhas, poderiam entender. Afinal, o que esse arcebispo faria se um pervertido estuprasse sua filha de 9 anos? E se sua filha engravidasse desse pervertido e ele fosse obrigado a criar os netos depois que sua filha morresse no parto? É muito fácil ditar regras, pois na teoria elas sempre funcionam. Mas e na prática? A crianças não tiveram culpa de serem geradas. Mas e a menina? Teve culpa de ser estuprada? Deveria pagar com a vida pelo erro do outro, que sequer foi excomungado? E os médicos que juraram salvar vidas? Também têm culpa de terem salvado a vida e o pouco que resta de infância da menina? Devem ser julgados e queimados na fogueira junto com a mãe, que apenas queria que a filha tivesse uma segunda chance? Que apenas queria sua filha viva?<br />Fogueira para todos! Voltamos à época da caça às bruxas. E como sempre, as bruxas são mulheres. Séculos se passaram, inovações tecnológicas e milhares de descobertas científicas surgiram. Mas a mentalidade arcaica dessa instituição que há muito deixou de ser religião continua parada no tempo, seguindo regras obsoletas que eles próprios criaram em nome de Deus. Fácil vomitar religião quando acontece com o vizinho. Pimenta nos olhos dos outros...<br />Daqui a uns tempos voltaremos a seguir tudo que consta na Bíblia e os homens poderão ter mais de uma mulher e algumas escravas também. E as mulheres voltarão a ser simples parideiras.<br />Essa história toda me fez sentir como se tivéssemos retrocedido 2 mil anos no tempo. E no fundo todas somos Madalenas. Mas não-arrependidas...Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-80726524711028144172009-03-03T00:42:00.002-03:002009-03-03T00:50:40.466-03:00Feliz Ano Velho...O primeiro post do ano e nada indica que ele vai ser diferente dos anteriores. Assim como esse ano. Ultimamente me dei conta de que todos os anos são iguais. O que muda são alguns acontecimentos. Alguém nasce, alguém morre, alguém casa, alguém se separa, alguém se forma... Enfim, coisas que parecem ser únicas, mas que se repetem, o que muda são apenas os personagens. Outra coisa interessante que eu percebi é como algumas coisas são previsíveis. Reli alguns posts e muita coisa que escrevi aconteceu. Sou vidente? Não, mas era tão óbvio que aconteceria, que não sei como as pessoas ainda ficam surpresas! E o melhor de tudo: dá p/ saber exatamente como será. Porque continua sendo óbvio. Estou sendo hermética? Talvez sim, talvez não. Algumas pessoas vão se doer, achando que estou falando delas. Outras vão achar que estou torcendo contra. Mas a verdade é que nada do que estou falando se refere a um só acontecimento específico. Falo no geral. Muitas coisas que disse que aconteciam e tornariam a acontecer... aconteceram! Espantoso, não? Mais espantoso é que elas continuarão a acontecer. E o pior disso tudo: as pessoas vão continuar a se espantarem!!<br />Já que não tive coragem de fazer uma retrospectiva, leiam os posts de 2008 e muitos entenderão o que falei aqui.<br />Falta ânimo até para escrever alguma coisa. No fundo todos andamos em círculos. Cometemos os mesmos erros, nos lamentamos pelas mesmas coisas. E vivo escrevendo a mesma coisa. Deprimente. Post curto, só p/ variar um pouco.Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-66927651809969675582008-10-16T22:54:00.003-03:002008-10-19T02:20:05.970-02:00Santos do pau ocoNão sou um exemplo de religiosidade, muito pelo contrário, não sigo nenhuma religião, mas a minha própria. Encontrei um Deus dentro de mim e das coisas que me cercam e Ele não me pede nem exige que eu faça determinadas coisas periodicamente e muito menos me cobra quando erro. Acho que acima de tudo, Deus está nas nossas consciências. Deus não é um livro cheio de histórias, Deus não é uma tábua cheia de regras, Deus não é uma construção ou um lugar. Deus está aí, olhando tudo que fazemos e nos auxiliando a entender certas coisas que teimamos em não aceitar. Deus está aí para nos ajudar a amar o próximo, ainda que esse próximo esteja tão distante de seu coração.<br />E talvez seja por isso que tenho tanta raiva das pessoas que vomitam religião. São pessoas que sabem a teoria inteira, mas a prática... É um tanto mais complicado. Vamos pegar o catolicismo como exemplo. Conheço "n" pessoas católicas que se dizem praticantes. Para isso vamos entender primeiro o termo "não praticante". Segundo meu entendimento é aquele ser que foi batizado, catequisado, crismado e sabe lá mais o quê. Mas ainda assim não se interessa pelo assunto, sabe que Deus está lá (ou não), mas não se importa com todas as milhares de regras e preceitos da Igreja. Não freqüenta, mas também não doutrina. Em suma: não dão trabalho nenhum.<br />Já os que se denominam "praticantes", em sua grande maioria são os piores. Como disse acima, eles vomitam religião. Em tudo colocam o nome de Deus, Jesus, Nossa Senhora e mais uma infinidade de santos. Vão à missa todo santo domingo, comungam, se confessam. Mas depois disso tudo, depois que saem da igreja simplesmente esquecem os preceitos mais básicos da religião (de qualquer uma): respeito e amor ao próximo. Tenho certeza que toda religião existente tem esse item como obrigatório para uma comunidade harmoniosa. Porque respeito é a coisa mais básica para se viver em sociedade.<br />Os ditos "praticantes", os falsos-religiosos, saem da igreja iluminados, achando que cumpriram seu dever com Deus. E então desatam a cometer mais alguns pecados para a missa da semana que vem. E esquecem completamente dos tais 10 mandamentos. Não sei todos de cor, e por isso mesmo fiz uma pesquisa rápida na internet:<br /><br />1. Amar a Deus sobre todas as coisas.<br />2. Não tomar Seu santo nome em vão.<br />3. Guardar domingos e festas.<br />4. Honrar pai e mãe.<br />5. Não matar.<br />6. Não pecar contra a castidade.<br />7. Não furtar.<br />8. Não levantar falso testemunho.<br />9. Não desejar a mulher do próximo.<br />10. Não cobiçar as coisas alheias.<br /><br />Então vamos lá. Quantas pessoas você conhece que vivem invocando aos quatro ventos que Deus isso, Deus aquilo e por aí vai? Segundo minha professora de religião (sim, eu tive aula de religião um dia), isso era, sim, "tomar Seu santo nome em vão". Primeiro pecado.<br />Segundo a mesma professora, "Honrar pai e mãe" não quer dizer necessariamente não desrespeitar os pais verbalmente. Às vezes os filhos fazem coisas que desonram o nome que os pais lhe deram. Criam situações e intrigas, provocam as pessoas, envergonham os pais, como se esses não lhe tivessem dado nenhuma educação. Segundo pecado.<br />Não vou comentar o "Não pecar contra a castidade". Hoje em dia essas daí nem ao menos sabem o que significa castidade. Até porque casar virgem hoje em dia, acho que nem a Sandy... Terceiro pecado.<br />Mentiras... Esse é o mais comum. "Não levantar falso testemunho" significa dizer a verdade sempre. Logo: não mentir. Isso implica em não ser falsa com as pessoas também, a não bajular as pessoas apenas para conseguir o que se quer. Quarto pecado.<br />"Não desejar a mulher do próximo". Considerando que hoje em dia a quantidade de vacas está crescendo absurdamente, podemos colocar o homem entre parênteses também. Mulheres que não se contentam com seus namorados ou maridos. Precisam da atenção de outros homens. E fazem de tudo para chamar a atenção desses homens, inclusive desrespeitar o próprio marido perante a família desse. Essas mulheres não têm limites, nem mesmo o direito de serem chamadas de mulheres. São vacas e ponto. Quinto pecado.<br />E enfim, o último. Afinal, a grama do vizinho é sempre mais verde. E a vida do outro é muito mais interessante do que a minha. As pessoas sempre gostam mais dela do que de mim. Então vamos derrubar essazinha. Vamos arrumar desculpas para brigar com ela, vamos provocá-la até ela reagir, e então, depois, nos fazermos de vítimas. Porque as pessoas gostam das vítimas. E se eu for a vítima, ninguém mais vai gostar dela. Sexto pecado.<br />Além disso, ainda temos os sete pecados capitais:<br /><br />1. Gula<br />2. Vaidade<br />3. Luxúria<br />4. Avareza<br />5. Preguiça<br />6. Cobiça<br />7. Ira<br /><br />Esses também são deprimentes. Conheço pessoas que juntam os 7 de uma só vez. Pessoas que comem não por fome, mas por gulodice. Que se acham lindas e fazem de tudo para se acharem cada vez mais bonitas, mesmo que para isso tenham que pisar em cima de alguém, comparar-se a alguma pessoa para se sentirem superiores. Pessoas que vivem se agarrando para mostrar que seu amor é verdadeiro, mas confundem amor com tesão. Segundo a Igreja, tesão é pecado... Pessoas preguiçosas, que não fazem nada, não ajudam ninguém, pessoas invejosas, cujas vidas são tão insignificantes que elas acabam vivendo a vida de outros, procurando alguma brecha para destruir a pessoa. E pessoas que ficam furiosas quando não conseguem seu objetivo. Que ficam iradas quando são ignoradas. E provocam. Fazem absolutamente tudo para que o outro aceite a provocação e parta para a ignorância. São pessoas que facilmente perdem a razão porque não têm argumento. Sendo assim partem para a única solução que lhes resta: ofender. Essa é a resposta dos ignorantes. Ofender, ver se a pessoa aceita as ofensas e baixa o nível também.<br />E essas pessoas que fazem tudo isso se dizem católicas praticantes. Desculpa, mas eu, mesmo sem religião, ainda consigo pecar menos segundo esses mandamentos aí.<br />Então, como falei anteriormente, Deus está dentro de nós, está nos nossos atos. Não adianta você ir à igreja todo domingo se durante a semana você semeia discórdia. Não adianta temer a Deus e não amar seu próximo. Não adianta não roubar ou matar, mas nutrir sentimentos negativos como a inveja e a ira.<br />Essas pessoas são dignas de dó, simplesmente porque tentam enganar a si mesmas. Crêem piamente que serão "salvas" apenas seguindo meia dúzia de regras e transgredindo todas as outras. É deprimente. Mais ainda porque são exatamente essas que costumam julgar todo mundo. E se acham donas da razão. Pessoas assim sofrem e a única coisa que podemos fazer é rezar por elas, para que elas se encontrem e enxerguem todos os seus erros antes de apontar os do próximo...Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-79925298550384121372008-10-14T11:05:00.000-03:002008-10-14T11:06:28.263-03:00Piada do dia"Sou a única candidata que não vai cobrar taxa", diz Marta Suplicy (<a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u455653.shtml">http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u455653.shtml</a>)<br /><br />Sem comentários...Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-87200377055626556742008-10-08T00:23:00.004-03:002008-10-12T23:47:16.086-03:00E o circo continua...Acabou, e entre mortos e feridos, mais uma eleição se foi. Como já disse anteriormente, odeio política. Simplesmente porque odeio a hipocrisia que ronda esse termo. Assim como detesto todos os malditos clichês, como "exercer seu direito", "cumprir o dever de cidadão", "vote, pois seu voto é importante". Peraí, e eu lá tenho escolha? O que acontece mesmo se eu não votar e não justificar a minha ausência?<br /><br /><br />"O eleitor que não votar nem justificar sua ausência nos prazos determinados pela Justiça Eleitoral deverá pagar uma multa imposta pelo juiz eleitoral. Sem a prova de que votou, pagou multa ou de que se justificou devidamente, o eleitor não poderá inscrever-se em concurso público, obter passaporte ou carteira de identidade, renovar matrícula em estabelecimentos de ensino oficial, obter empréstimos em estabelecimentos de crédito mantidos pelo governo, participar de concorrência e praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda. Se o eleitor deixar de votar em três eleições consecutivas, seu título será cancelado." (Fonte: <a href="http://eleicoes.uol.com.br/2008/guia-do-eleitor/duvidas-frequentes.jhtm">http://eleicoes.uol.com.br/2008/guia-do-eleitor/duvidas-frequentes.jhtm</a>).<br /><br /><br />Ou seja, se você não vota, tem que justificar, se não justificar, tem que pagar (?!!), se não pagar, você não pode trabalhar (pelo menos ocupar cargos públicos), não pode sair do país, não pode estudar, nem mesmo tirar um documento de identificação. Em outras palavras, se você não votar, você não é ninguém. Sem direitos a nada, um pária.<br /><br /><br />Aí começa o problema: se uma pessoa não sabe em quem votar e é obrigada a fazê-lo, o que acontece? Se ela tiver o mínimo de bom-senso, ela anula o voto, afinal, antes não atrapalhar, não é mesmo? Mas a grande maioria vê o circo e acha que é palhaçada. A maior prova desse circo está no Horário Eleitoral Gratuito (que em 1/4 de século, jamais assisti até o final, faço parte da grande massa que simplesmente desliga a TV): qualquer um (esse é o termo) se candidata - e sabe lá Deus qual é o critério para uma candidatura ser "deferida" ou "indeferida" - e tem alguns raros segundos para apresentar suas propostas e soluções, em suma, convencer o eleitor de que votar nele é uma atitude sensata. Em vez disso vemos candidatos gritando, como se fossem grandes revolucionários de terno e gravata, candidatos BBB, fazendo de tudo para aparecer, candidatos palhaços, fazendo macaquices e adotando nomes duvidosos. Os "mais-mais", os superstars dos grandes partidos políticos não ficam atrás. Adotando uma técnica que já está virando rotineira, começam vomitando todos os projetos que fizeram durante seus mandatos e terminam atacando o(s) adversário(s). Questionam tudo, desde uma obra superfaturada até mesmo a entrevista polêmica que o infeliz deu para alguma publicação duvidosa, passando até mesmo pela marca do carro que cada um tem. É um jogo de egos e nós, os palhaços do grande circo, é que decidimos qual desses palhaços-maiores irá representar os palhaços-menores. "Vote em mim, eu fiz isso", "Vote em mim, eu farei aquilo".<br /><br />Então os "eleitores" vão no grande dia em direção às urnas. Uns se queixando, outros reclamando, a maioria em dúvida e uma pouca minoria iludida indo confiante em seu candidato. Que sempre é o mesmo. Que sempre faz as mesmas coisas, comete os mesmos erros. E o brasileiro (não desiste nunca!) continua votando, sempre olhando o que o candidato tem de melhor, fazendo questão de esquecer os erros. No fundo opovo brasileiro é uma grande mãezona. Por mais que lembre dos erros de seus representantes, por mais que esteja provado que alguns não prestam, eles continuam passando a mão na cabeça deles. "Ah, eles não têm provas", "Ah, tramaram para o coitadinho" e o famoso "Ah, ele rouba, mas faz!". A maior prova disso a gente vê na semana seguinte às eleições. Quantos milhares de prefeitos envolvidos em escândalos foram reeleitos? Quantos milhares de vereadores acusados (e alguns até mesmo condenados e posteriormente liberados por seus caríssimos advogados) não foram reeleitos? Brasileiro tem memória curta. Alguns até mesmo transformam as eleições em um grande campeonato, dividindo pequenos municípios, ou mesmo em um grande Carnaval: Portela x Mangueira, Garantido x Caprichoso, Corinthians x Palmeiras... Partido alguma coisa x Partido qualquer outra coisa. E gritam, se descabelam, xingam, tudo para colocar o candidato lá no alto. E quando ele é eleito, parece que metade do município foi eleita junto. É uma grande festa! Todos comemoram, tiram sarro dos perdedores, como se ganhassem uma final de campeonato. E no ano seguinte tudo continua exatamente igual. Nada melhora, nada anda, ninguém reclama. E tudo vira uma quarta-feira de Cinzas... até a próxima eleição.<br />Enfim, detesto política justamente por causa dessa palhaçada que virou. Ou melhor, porque aqui neste país ela sempre foi uma grande palhaçada. Tivemos uma independência de mentira, uma república de mentira, uma política de mentira. Até mesmo as pequenas revoluções que tivemos foram individualistas, nada que servisse para juntar o povo em nome de um bem maior. Somos todos egoístas, só pensamos em nós mesmos, e enquanto agirmos assim, nada vai mudar. Se sou evangélica e votar num candidato evangélico apenas porque ele é evangélico; se sou católica e votar num candidato católico só porque ele é católico; se sou semi-analfabeta e voto num candidato semi-analfabeto; se sou rica e voto num candidato rico; se sou uma eleitora que só vota em determinado candidato porque tenho algum tipo de afinidade extrapolítica com ele, ou porque ele foi um cantor famoso, ou porque ele foi um apresentador ou algum ex-artista decadente... Se faço tudo isso, não estou pensando no que é melhor para minha cidade, Estado ou país. Simplesmente estou pensando em mim mesma. Não interessa o que ele pode fazer, e sim o que ele é. E nisso não está incluído o caráter do indivíduo. Não, apenas o que ele foi na mídia, o quão famoso e importante ele se tornou, independente se isso é bom ou não. E quando a pessoa é afiliada a algum partido, então, não importa se o representante tem um passado tenebroso, todos votarão nele. Não exatamente nele, mas sim na legenda.<br />Difícil... Em um país segregado, é quase impossível manter a união. Quem sabe um dia a gente faz jus à designação "União"... Enquanto isso não se resolve e nenhum candidato propõe algo assim, vou continuar votando no Dick Vigarista. E de repente acontece algo parecido com o que aconteceu em uma cidade do Rio de Janeiro, onde mais de 50% dos votos foram anulados. Sinal de que a maioria não concorda com nenhum dos candidatos. Acho que deveriam ser realizadas novas eleições lá. Com candidatos diferentes, claro!Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-47639356640863992662008-08-17T00:12:00.002-03:002008-08-17T00:34:22.249-03:00Olim-piadas...Acabei de ver mais uma prova das Olimpíadas de Pequim, natação, e estou quase vomitando de tanto nojo! Primeiro: isso não é Olimpíadas de Pequim. Isso é Olimpíada de Michael Phelps. Nunca vi bajularem tanto um ser. Aliás, já estava na cara desde o começo, desde muito antes da abertura, já estava definido que ele seria o recordista de medalhas de ouro. Ele mesmo saiu alardeando: "Vou ganhar 8!" E ganhou. Coincidência? Duvido. Duvido mesmo, porque qualquer pessoa com mais de 40 vai lembrar de vááárias sacanagens que fizeram por aí durante as Olimpíadas. Várias viraram piada, como essa daí também vai virar. Não é estranho ele quebrar todos os recordes em todas as provas? Não é estranho toda a imprensa ficar rodeando ele como se já soubessem que ele iria ganhar? Se já estava tudo tramado, para que fazer seletivas olímpicas? Põe qualquer mané na piscina e tá valendo: o resultado será o mesmo.<br />Não estou questionando se ele é ou não um bom atleta, mas que em época de eleições nos Estados Unidos é uma mão na roda um atleta norte-americano ganhar um monte de medalhas e bater todos os recordes olímpicos, ah isso é! "Olhem lá como nosso país incentiva o esporte! Olhem lá nossos representantes! Somos campeões do mundo! Votem em Obama! Votem em McCain!" A propaganda é a alma do negócio. E apesar de ser a cara do Tevez, Phelps é um ótimo garoto-propaganda! Será que se esse ano não houvesse as eleições tudo estaria acontecendo exatamente da mesma maneira? Phelps quem?<br />Outra dúvida que me assola: por que todo país que sedia as Olimpíadas é líder (ou pelo menos sempre começa) no quadro de medalhas? Melhorando a pergunta: por que apenas os países que estão sempre lá entre os primeiros é que sediam as Olimpíadas? Porque eles são ricos? Têm mais condições de proporcionar o "maior espetáculo da Terra"? Ou é porque o circo vai ser para eles mesmo, então nada mais justo do que dar a festinha em casa e recepcionar os convidados? A gente agüenta aquele bando de pobre que tem esperança, pobrezinhos, de avançar no quadro de medalhas... Pelo menos eles têm a oportunidade de conhecer o mundo... Ou parte dele.<br />Enfim, é a velha política do "pão e circo". Pena que só temos o circo aqui embaixo...Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-68027253355351545402008-07-02T14:29:00.003-03:002008-07-02T14:55:45.532-03:00Viver em sociedadeÉ um saco a gente ter de se preocupar com os outros. Não falo da preocupação em termos de cuidado com a pessoa, mas sim daquela preocupação com "o que os outros vão pensar". Mente quem diz que não se preocupa com a repercussão de algum ato seu. E quem realmente não se preocupa são aquelas pessoas que geralmente vivem sozinhas ou na boca do povo. Simplesmente porque dão abertura p/ isso. Quem não pensa na conseqüência dos seus atos geralmente sofre muito. Sofre porque não é todo mundo que está disposto a perdoar as diversas pisadas na bola que essa pessoa dá. Sofre porque não tem maturidade e acha que o mundo inteiro é obrigado a entendê-la e perdoá-la. Sofre porque acaba sozinha, afinal, uma pessoa instável não dá segurança para ninguém. E em tempos de descartáveis, as pessoas procuram relações sólidas, seja de amizade, seja de trabalho ou mesmo no amor.<br />Aí caímos no problema de nos policiarmos sempre. Em respeito a si próprio e ao outro. Não dá p/ sair falando tudo o que você pensa a toda hora. Até porque somos volúveis, uma hora amamos, em outra odiamos. O que não dá é simplesmente sair divulgando seus sentimentos contraditórios a torto e a direito. Não dá p/ se expor e muito menos expor os outros. Então é sempre bom pensar antes de agir ou falar. Vale a pena falar aquilo naquela hora? Que vantagens isso trará? Vai machucar alguém? Vou ficar mal com alguém por conta disso? E tudo isso em uma fração de segundos. Mas temos praticamente uma vida inteira para aprender isso. Desde quando aprendemos a falar, desde quando aprendemos a expor nossas idéias e desde quando alguém nos ensina que nem tudo pode ser falado a qualquer hora e para qualquer pessoa. Se a pessoa não aprende, só posso concluir que ela não teve ninguém para ensinar essa regrinha básica da convivência em sociedade, ou então que ela ainda não cresceu, acha que é uma criança de 4 anos que pode falar tudo que lhe der na telha e todos vão rir, vão achar uma gracinha... Não é bem assim. Apesar de existirem pessoas que realmente assumem o "ah, coitadinha, ela não sabe o que diz", uma hora isso cansa. E convenhamos, ninguém é obrigado a aceitar uma ofensa, um ataque ou mesmo uma indireta de alguém assim.<br />Talvez seja por isso que muitas pessoas não gostam de mim. Eu até perdôo uma primeira vez, uma segunda... Mas na terceira já acho desaforo. Afinal, não sou a Madre Teresa e muito menos perfeita. Não sou obrigada a agradar ninguém, muito menos engolir sapos para isso. Aí vem gente que acha que sou encrenqueira. Que eu arrumo confusão à toa. Isso porque nem confusão eu arrumo. Simplesmente paro de falar com a pessoa. Cumprimento normalmente quando a encontro. Mas não converso, não jogo conversa fora. Sei viver em sociedade, se eu não gosto de alguém, eu tenho a obrigação de não destratá-la, mas não sou obrigada a me fazer de amiga. E assim vou vivendo até a pessoa simplesmente sumir da minha vida. Ou eu da dela.<br />Enfim, podem criticar, mas não vou ser falsa. Se não gosto de você, sinto muito, pode ter a certeza de que eu tentei, mas quem pisou na bola foi você. Convivo numa boa com pessoas que detesto, simplesmente não falando com elas nada além do essencial: bom dia, boa tarde, boa noite, por favor e obrigada. Se elas se sentem mal por isso, não posso fazer nada. Mas toda ação tem uma reação. Não passo a mão na cabeça de ninguém. Se você errou, assuma seu erro porque eu assumo os meus. Vai se fazer de coitada? Sinto muito, não tenho tempo nem vocação p/ fazer teatrinho. A vida é muito mais do que uma pendenga que eu tenho com alguém. E com tanta gente no mundo, por que vou me preocupar com quem não gosta de mim?Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-55114571729103494032008-06-01T01:37:00.003-03:002008-06-01T02:09:02.735-03:00Aborrescentes...Só para dizer como eu ainda consigo ficar passada ao ver que tem gente tão infantil dando uma de gente grande. E se achando o máximo por conta disso.<br />Quando digo que odeio adolescentes, todos acham que estou brincando, mas é verdade! Adolescentes são os seres mais insuportáveis da face da Terra. Seres que andam em bando, mas não se preocupam nem um pouco com o bando, nem com nada. Aliás, apenas com o próprio umbigo, e ainda assim acham que ninguém no mundo tem mais problemas do que eles. "Ah, ele não me ama! Como sofro!" "Ah, ele me ama! Como sofro!" Ah, faça-me o favor!!<br />Adolescentes são seres extremamente infantis que pensam que são adultos. Assim, agem como crianças ao tentar parecer adultos. Sua vida nada mais é do que beijar na boca, sair de balada e fofocar com os amigos. E eles acham que tem problemas!!!<br />Graças a Deus passei dessa fase (não devo ter sido fácil, mas a fase crítica, segundo minha mãe, foi aos 10, 11 anos... Felizmente amadureci um pouco mais cedo do que a grande maioria. As vantagens das responsabilidades...). E o consolo é que ela passa! Seja aos 18, seja aos 28.<br />Mas pior que adolescentes são os pós-adolescentes. Esses sim são insuportáveis! São adultos perante a sociedade. Alguns trabalham, alguns casam, alguns têm filhos... Mas ainda assim, com todas as responsabilidades que tudo isso deveria trazer, eles nada mais são do que crianças crescidas. Acham que o mundo é só delas, todos vivem em função dela e o mundo, sim!, é lindo! É perfeito e fantástico! Diversas Pollyanas saltitando pelos jardins suspensos da Babilônia... Responsabilidade? O que é isso? Maturidade? É de comer?<br />Pós-adolescentes no trabalho acham que tudo é lindo e o cargo é o mais importante da empresa! Coitado do presidente se ela resolver sair... Aiaiai, nunca vão encontrar alguém assim como ela! E quando são demitidas? "Que absurdo! Como assim demitida? Tem certeza que sou eu?" Sim, é você mesma. Por quê? Nada não, só porque você ficava passeando pelos corredores em vez de trabalhar. Ou então porque seu horário de entrada era duas horas depois do estipulado e o de saída era uma hora antes. Sim, querida, você é completamente dispensável! A sociedade é cruel...<br />E pós-adolescentes casando? Ah, são insuportáveis desde o dia em que começaram a namorar! É "bebê" pra cá, "tchutchuquinho" pra lá e em menos de dois meses já está preparando todo o enxoval. Sim, do tempo da minha avó: enxoval! Lencinhos bordados por ela mesma (geralmente não trabalham e só estudam até arrumar um marido que as sustente, então têm tempo de sobra pra isso), toalhinhas que fazem um composê com as toalhas de banho e o roupão, com as iniciais do feliz casal bordadas dentro de um coraçãozinho rosa... Geralmente os pais mais sensatos dão um basta nisso o mais rápido possível. O problema é quando os pais da pós-adolescentes são pós-adolescentes também... Ou se o futuro-noivo for rico. Aí já era! "Casa sim, minha filha! Casa porque o que importa é o amor e não a idade!" É isso aí, filhinha, foda-se se você vai jogar sua vida pela janela e deixar de aproveitar os melhores anos com coisas úteis que vão te dar um futuro garantido. Casa logo com o moço rico e manda dinheiro pra sua pobre mãezinha. Parece novela, mas acontece...<br />E eis que chega o casamento! Ah, que dia mais feliz! Agora sim, eu pertenço à família dele e ele à minha. Lua-de-mel? Já foi no primeiro mês de namoro, no carro dele! O negócio agora é terminar a faculdade (pra não ficar com cara de "superior incompleto") e viver de amor! Não tem comida na geladeira? Pôxa, que pena! Mas me beija e tá tudo certo! A relação tá esfriando? Então vamos arrumar um filho pra segurar nosso casamento!<br />E então temos a pós-adolescente com filho, que é o pior problema de todos. Esse ser não tem condições de cuidar nem dela mesma, que dirá educar outro ser! Aí das duas, uma: ou a criação fica por conta dos avós (e ela continua pós-adolescente <em>ad eternum</em>), ou ela cria a criança como uma boneca da infância dela. E essa criança cresce sem base, sem estrutura e será o futuro do país. E se ela gostar de brincar de boneca, vai ter outro filho, e mais outro. Ah, que bonitinha, minha família feliz e gigante! Vamos passear de mãos dadas na rua para formar a escadinha! E essas crianças irão à escola, somarão a falta de educação em casa com a deseducação das ruas e pronto! Lá estará se formando mais um adolescente retardado... Deprimente!<br />Mas enfim, só resta lamentar ou rir muito. Eu lamento dando risada porque tudo isso me dá pena. A ilusão acaba depressa e a vida real é muito dura quando você cresce pensando que o mundo é rosa e que todos semprefarão de tudo para agradar você. Rio como a gente ri quando vê uma criança interpretando, com trejeitos e tudo o mais, um adulto. Porque é exatamente isso que essas pós-adolescentes fazem: brincam de ser gente grande. Então os adultos riem e acham graça. Porque sabem que no fundo elas não passam de crianças querendo chamar a atenção...Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-11948397927945187062008-05-30T18:59:00.004-03:002008-06-01T01:37:02.969-03:00Politiquinhas...Se tem uma coisa que me irrita profundamente é a política brasileira. Todo mundo sabe que tem algo errado. Todo mundo sabe o que está errado. Todo mundo sabe quem faz errado. Mas ninguém faz nada. "Ah, político é tudo safado, mesmo!" Mas quem colocou o safado lá? Eu, você e boa parte da população. Afinal, estamos em um país livre, onde todos podemos escolher quem nos representará e quem (teoricamente) vai pôr ordem na casa. Aliás, não só temos a possibilidade de escolher, como também temos a obrigação de escolher. Afinal, todo mundo sabe o que acontece com quem não vota e não justifica sua ausência. Em suma: este país não é tão livre assim, afinal, você é obrigado a fazer uma coisa que ninguém perguntou se você quer ou não. Para você não reclamar muito, eles te dão a oportunidade de anular seu voto ou deixá-lo em branco para que outro escolha por você. Uau! Realmente, votar é um exercício de cidadania, mas por que todos somos obrigados a exercitar esse "direito"? E se nenhum dos candidatos me agradar? E se eu achar que nenhum tem um perfil ou uma plataforma que eu concorde? Não interessa, vote em qualquer um ou anule seu voto. "Vote em qualquer um", é por isso que tudo está como está. Porque tá todo mundo votando em qualquer um. "Ah, conheço aquele cara! Ele tinha um programa na televisão, vou votar nele! Qual a proposta dele? Sei lá, mas também não interessa, eles não fazem nada mesmo..." E pronto! Lá está mais um novo-político "fazendo nada" e ganhando muuuito com isso. Afinal, o salário deles é inimaginável para qualquer ser que pertença à classe média-baixa... Isso sem contar a verba de gabinete, verba para despesas pessoais, verba para viagens e assuntos extraordinários... Com todas essas verbas, pra quê receber salário? Pra guardar na poupança pra render bastante quando acabar o mandato. Investir é a chave. Todo mundo mamando nas tetas do governo e dando um pé na bunda dele quando acaba a graça.<br />É por isso que eu acho que tudo isso, deveria ser encarado como um trabalho voluntário, afinal, se você entra na política, você está visando ao bem-estar de sua comunidade, concorda? Sendo assim, já que você é tão desprendido, por que não fazê-lo de graça? Sim, quero ser um vereador voluntário. Vou exercer todas as obrigações de um vereador, sem receber nada, apenas pelo prazer de ajudar as pessoas. Essa é a idéia, tornar o local em que você vive melhor, tornar a sociedade melhor. Por que não dedicar um pouquinho do seu tempo a isso? E já que a grande maioria dos políticos não trabalha todos os dias e muito menos 8 horas por dia, eles podem muito bem ter um emprego, desse jeito eles até ficam mais perto das reclamações e sugestões das pessoas. E no fim do dia (ou de manhãzinha, ou aos sábados), eles vão ao seu gabinete fazer o que é preciso. As votações de projetos podem ser feitas aos sábados, ou mesmo em uma teleconferência. Como não haverá dinheiro envolvido, não haverá mais corrupção e nem desvios de verba, porque ninguém poderá receber nada. E se uma pessoa quiser ser voluntário, ela estará muito mais visada pela população, afinal, ela viverá lá, no meio de todos. Falta amadurecer essa idéia, mas seria um bom começo. Quando não há dinheiro envolvido, os problemas diminuem muito. Sem os salário astronômicos desse pessoal, sobraria dinheiro para a saúde, para a educação e nem seria necessário inventar zilhões de impostos sobre isso e aquilo para poder suprir a necessidade da população. O que aconteceria se presidente, deputados, senadores e vereadores recebessem apenas um salário mínimo? Quantos milhões não sobrariam nos cofres públicos?<br />Mas enfim, enquanto eles podem votar e decidir quanto eles vão ganhar, nós vamos nos contentando com o que eles acham justo (ou quanto eles acham que é possível) a gente receber. Eles decidem os salários deles e os nossos. Aumento só quando houver algum reajuste, que deverá ser de 30 ou 40 reais. Ou então você pede um aumento para seu chefe, já sabendo a resposta que vai ouvir. Ou muda de emprego. Mas aí para achar outro emprego... Melhor continuar onde está, é mais seguro.<br />E não se esqueça que esse ano tem eleições. Vote! Até porque você não tem escolha nenhuma. Às vezes fico pensando se aquele monte de propagandas incentivando o voto não seria uma espécie de sádica ironia, como se alguém risse da nossa cara falando exatamente o que escrevi acima: você não tem escolha!<br />Política deveria ser trabalho voluntário, assim como alguns tipos de assistência social. Três pessoas já concordaram comigo. Se você concorda, vamos tentar lutar por isso. Ou não, até porque lutar por um ideal dá muito trabalho e a gente já vai com a idéia de que não vai dar certo, como centenas de Hardys Har Har ("Oh, dia, oh, vida, oh, azar!"), lutando apenas para livrar a consciência do peso com um "pelo menos eu tentei". Melhor ficar nas idéias, nas discussões em grupo na hora do almoço ou na mesa do bar. Pensando em tudo que seria possível fazer e em como seria bom se...<br />Vamos sonhar, enquanto ainda não nos cobram impostos. E por favor, não votem em mim.Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-85793266615428600642008-05-25T22:38:00.003-03:002008-05-25T23:54:47.486-03:00Vacas e mais vacas...Tem coisa pior do que pessoas invejosas? Por que tem gente que sempre acha que nossa vida é melhor que a delas e ficam disputando atenção, dando uma de colegial americana, tentando disputar popularidade? E aí vale tudo: bajular, elogiar, puxar o saco, tudo tão descaradamente que chega a enjoar. Pior: muitas vezes quem é bajulado percebe, outras vezes não. Aí caem numas de achar que a pessoa é amiguinha, super simpática, fofa e tals. Isso até a dita-cuja achar que você faz mais sucesso que ela (sabe-se lá por que) e resolve puxar seu tapete. Aí faz a sua caveira, tenta te pisar, te humilhar. Se não consegue, então, aí é pior, porque ela fica com muito mais raiva. Então sai de perto. Porque vaca braba ninguém pára, não.<br />Sim, eu caí numa dessas. A pessoa surge do nada e se passa por sua amiga. Você fica desconfiada, mas ela é tão ingênua, tadinha, que nunca vai conseguir fazer mal a alguém de propósito. Tanto que na primeira você perdoa. Na segunda, idem. Na terceira e na quarta você fica se perguntando o que foi que você fez para ela. Na quinta você acorda e vê que a vaca é realmente uma vaca! Aí faz o que tem de mais civilizado para se fazer: corta relações. Então ela se torna a vítima. "Puxa, quando vocês vão fazer as pazes?". Que pazes? Que guerras? Quem deu o primeiro tiro não fui eu e ela nem pensa em levantar bandeira branca. Sem contar que você faz as pazes com quem vale a pena. Com quem não vale, você simplesmente pára de falar. Simples assim. Você não faz guerra e nem paz, você não xinga e nem ataca. Simplesmente faz de conta que não existe. Aí a vaca fica mais puta ainda. E quando digo "vaca", é por falta de um vocábulo melhor para descrever este ser carente de atenção e auto-estima. Com todo o respeito às vacas, claro! Por favor, não pensem que é ofensivo, nem pra vaca e muito menos para as vacas de verdade. É que eu penso que este ser não merece ser designado como pessoa. Afinal, se você quer ser outra pessoa, sinal de que você não é pessoa nenhuma.<br />Enfim, parei para tentar me colocar no lugar da vaca em questão (a última que me apareceu porque esse tipo de figura infelizmente não é único, não foi a primeira e não será a última a aparecer por aí): por que ela age assim? Primeiro, claro, por causa da idade. Ela não saiu há muito tempo da adolescência, então ainda tem aquele espírito de querer ser "a mais mais" da turma. Segundo, por causa da criação. Os pais disseram que ela era a Branca de Neve, a mais bela do reino, e ela acreditou piamente. Assim, ela achou que só por ser bonita (o que ela não é nem de longe), ela teria a atenção de todos sempre: todos a elogiariam, todos a bajulariam, todos quereriam ser como ela. Terceiro: porque, inacreditavelmente, toda essa confiança dada pelos pais, se converteu em uma baixa auto-estima fantástica. Ela é tão insegura que necessita que todos falem a toda hora o quanto ela é querida. E para isso, claro, ela faz o mesmo, ainda que não seja verdade e que ela esteja dizendo tudo da boca pra fora. Sem maldade, claro, porque ainda acredito que ninguém consegue ser tão cínica nessa idade. O cinismo, assim como o bom-senso, você só aprende com a experiência. Na verdade eu acredito que ela nunca viveu intensamente algum sentimento. Ela nunca deve ter amado de verdade, senão não banalizaria tanto esse sentimento. Nem mesmo a amizade, pois ela se desfaz delas como quem troca de sapato. Tudo isso é só mais uma prova da imaturidade da vaca. Assim, ter raiva ou brigar com ela é o mesmo que ter raiva ou brigar com uma criança: não leva a nada e você só perde seu tempo.<br />Aliás, imaturidade parece ser um requisito indispensável na formação de vacas do gênero. As duas últimas que passaram pelo meu caminho coincidiam nisso. A primeira, que igualmente se fez de minha amiga até arrumar uma desculpa para jogar todos nossos amigos contra mim era assim. Não sei se ela foi cínica todo esse tempo ou se simplesmente tomou alguma droga forte e se transformou em Mr. Hyde... Prefiro acreditar na segunda hipótese e guardar as lembranças de horas fofocando no telefone. Acontece que essa vaca resolveu que queria ser eu. Tudo começou com detalhes na forma de se vestir. Coisas que no começo ela criticava, começou a imitar. Depois foram detalhes pequenos no modo de falar e agir. E tudo terminou com ela dando em cima do meu namorado. Até aí dei risada porque gente assim é digna de pena. Mas na época fiquei mal porque achei que eu tinha feito algo errado quando ela resolveu parar de falar comigo. Foi aí que meu namorado resolveu intervir e dizer que ela era uma criança por agir daquela maneira. Como ela continuou dando em cima dele depois disso, abstraí. Cortei relações e ele idem.o interessante é que ela arrumou um namorado imaginário que virou a piada da turma. A mesma que ela quis virar contra mim. No final, quem acabou sozinha foi ela. Sumiu do mapa, talvez com vergonha depois de ter se dado conta de tudo que fez. Espero que ao menos ela tenha se dado conta!<br />Enfim, vacas sempre existiram e sempre existirão. Ao contrário das vacas de verdade, elas não são nem um pouco graciosas e úteis. O jeito é rezar para que elas amadureçam e parem de mugir por aí...Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2542206268323396573.post-55886810812317959142008-05-22T22:54:00.000-03:002008-05-22T23:23:00.859-03:00O peso da (soc)i(e)dade...Hoje encontrei uma amiga minha que há muito tempo não via. E conversamos sobre a nossa vida, os rumos que cada uma tomou e tals. Ela está superbem, trabalhando em uma multinacional, ganhando bem, construindo seu futuro tijolo por tijolo. Quase que literalmente. Assim como eu, ela namora há um bom tempo, mas diferentemente de mim, ela já está com projetos concretos para o futuro. Ela já comprou seu apartamento, tem seu carro próprio e pensa em se casar logo, assim que terminarem de mobiliar o apartamento. Então fiquei pensando: puxa, temos praticamente a mesma idade, estudamos juntas e no entanto como a vida nos mudou. Ela se tornou uma mulher extremamente bem-sucedida (sem perder a humildade, graças a Deus!!), dona de seu nariz, que sabe o que quer. Eu estou procurando meus caminhos e a única certeza que tenho é a de que não vou casar tão cedo.<br />Eis que todos ficam pressionando: mas por que não? Nossa, vocês estão há cinco anos juntos! Vai enrolar mais p/ quê?<br />Bom, vou responder com outra pergunta: casar pra quê? Não, não me vejam como uma feminista rebelde e antimatrimonial... Vou casar um dia, mas a pergunta é: casar agora, pra quê?<br /><strong>Pra viver junto?</strong> Quem disse que isso é vantagem? Afinal de contas, eu trabalho o dia inteiro, assim como ele. Viver junto? Não, apenas dormir juntos porque tanto eu como ele só paramos em casa pra dormir. E com essa correria, ainda arrumar mais uma responsabilidade, que é cuidar de uma casa? Arrumar quando? Nos finais de semana? E meu curso de italiano de sábado? Usar o único dia que posso descansar p/ arrumar casa? Não, obrigada.<br /><strong>Pra viver de amor?</strong> Não, ninguém vive de amor e aquele negócio de uma cabaninha e muito amor não serve p/ mim. Se for p/ ficar dois passando necessidades, melhor nenhum passar. Estou bem morando com minha família e ele idem. Pra que casar e termos que alugar uma casinha micro, contar moedinhas p/ pagar as contas, as prestações e não ter nenhum no final do mês p/ pegar um cineminha, ou mesmo um DVD na locadora? Viajar então, nem pensar. Antes de casar quero viajar muito, conhecer diversos lugares sem ter que me preocupar se o dinheiro vai fazer falta pra conta de luz no fim do mês.<br /><strong>Pra provar pra todo mundo que achei o amor da minha vida?</strong> E quem disse que preciso me casar pra provar isso? Melhor: quem disse que eu <em>preciso</em> provar isso? Eu amo, ele me ama e ninguém tem nada a ver com isso. Quem nos conhece, sabe disso muito bem. Namoramos há cinco anos e a convivência só aumenta o amor. Porque é convivendo que você conhece a pessoa de verdade. A convivência traz todas as manias, as rabugices, as implicâncias, tudo. Nada melhor do que conviver bem pra poder se casar. Assim a surpresa não será tão grande, não é mesmo?<br /><strong>Pra entrar pra família?</strong> Não, nem precisei casar pra isso. Já faço parte da família dele e ele da minha. Eu me dou superbem com a família dele e adoro todo mundo. Minha família também o vê como parte integrante, já. Inclusive com direito a broncas, abraços e beijos. Normal, como em toda família. Do mesmo jeito que não gosto de alguns parentes meus, ele também não faz questão de falar com alguns dos dele e assim vamos indo. Na família você entra com o coração, e não com um papel assinado e carimbado.<br /><strong>Pra sair de casa?</strong> Bom, se você não gosta da sua casa, vai morar sozinho, oras! Nunca tive intenção de sair de casa cedo (a não ser quando tinha cinco anos e achava que teria que me casar com 21... senão ia estar muito velha!), até porque detesto a idéia de chegar em casa e não ter ninguém pra contar meu dia. E não é a mesma coisa contar pra um gato ou pra um cachorro...<br />Então mais uma vez eu vejo que o casamento hoje em dia tem mais a ver com a questão social do que com a idéia romântica que todas as menininhas do interior fazem dele. Você tem que casar para provar que alguém nesse mundo te quer de verdade. Você tem que casar pra provar para o mundo que não vai virar uma velha solteirona. Você tem que casar pra ter alguém que ajude você a se sustentar, além de seus pais. Em suma: você casa pra ter independência. Mas aí você se torna dependente de uma escolha fantasiosa. O mundo não é cor-de-rosa e o casamento também não. Por mais que venha um príncipe encantado em seu cavalo branco, uma hora o príncipe vai ter uma crise de mau-humor e o cavalo vai precisar que você limpe as ferraduras dele. A não ser que você arrume um cara riquíssimo, que te dê casa, comida e roupa lavada. No entanto nada disso será de graça e uma hora o amor vai pro ralo se você não tiver maturidade pra encarar um eventual piti. Afinal, todos damos um piti de vez em quando...<br />O ideal é enxergar o casamento como uma conseqüência do namoro, e não como uma obrigação. Sendo assim, não adianta pressionar. Quando eu chegar no nível daquela minha amiga, e tiver grana pra comprar uma casa, mobiliar, pagar um casamento de verdade (se é pra casar, tem que ter festança, não é mesmo?), com tudo que tenho direito, aí sim a gente começa a concretizar. No mais, vamos levando a vida como ela está, nos preparando para crescer profissionalmente e financeiramente, porque viver de aluguel na Vila do Chaves ou morando com a sogra ou a mãe, não dá mesmo!Naomihttp://www.blogger.com/profile/00679584852506491600noreply@blogger.com0