quarta-feira, 21 de maio de 2008

Justus ou injustus???

Ontem cheguei tarde em casa e um pouco antes de dormir, liguei a televisão como sempre faço. O problema é que o sinal da tv a cabo não estava pegando, então rumei p/ tv aberta. Para variar, nunca passa nada de útil nesse horário perto da meia-noite e fiquei zapeando entre os canais que não passam nenhuma sessão de descarrego. Foi aí que me deparei com o tal O Aprendiz - O Sócio. Como nunca tinha visto, resolvi dar uma olhadinha, até porque nunca fui muito com a cara do Roberto Justus. Definitivamente me arrependi até o último fio de cabelo. O que vi foi uma encenação tosca que misturava Show do Milhão com algum daqueles programas americanos de perguntas e respostas. Sim, eu achava que Roberto Justus era um ser pedante e extremamente tosco. Mas nunca imaginei que este ser pudesse ser tão espetacularmente pedante e tosco! O circo reúne dois grupos de empresários que disputarão uma vaga como sócio ou sei-lá-o-que nas empresas do dito-cujo. Para ver qual o grupo seria o vencedor, ele lançava perguntas que abrangiam desde economia até geografia, passando, é claro, por política.
Então o circo começou. Não sei o que foi pior: se as respostas dos participantes ou os comentários de Roberto Justus. Ouvi pérolas que chegavam a se igualar às dos meus ex-alunos do Ensino Médio... Como por exemplo:
- O soteropolitano nasceu em que cidade brasileira? Resposta: Salto (???!!!!!). Hein???
- Que Estados brasileiros fazem divisa com a Venezuela? Resposta: Amapá (?!!!!!!!). Será que esse sujeito sabe onde fica o Amapá?
Tudo bem, algumas perguntas eu realmente não saberia responder, como os últimos três ministros da economia. Mas vamos combinar que essas respostas acima a gente aprende na quarta série do Fundamental (ou não?).
Como se não bastassem as respostas toscas, Roberto Justus ainda fazia comentários péssimos. Ao perguntar para uma empresária (que tinha passado seis anos morando na Austrália), ele fez um pré-julgamento, dizendo que por isso ela deveria ter muito conhecimento do exterior, como se a Austrália fosse só o resto do mundo. A pergunta era qual país é o maior importador do mundo. Ela errou a resposta e o comentário foi: "Você vai ter que passar mais seis anos na Austrália para aprender que é o Estados Unidos!" Mas peraí, o que uma coisa tem a ver com outra? E não parou por aí. A cada resposta errada, era uma alfinetada, dignas de Ronaldo Ésper, onde ele deixava implícito que a pessoa que respondia era burra. Mas e quando a pessoa acertava? "Ah, você deu sorte, essa pergunta era muito fácil". Em suma: ninguém ali era suficientemente inteligente para ele. Realmente, ninguém ali era um poço de sabedoria, algumas questões eram ridiculamente fáceis e ainda assim eles erraram. Mas daí a humilhar pessoas em público... Pior: se achar o ser mais fantasticamente inteligente do Brasil... Lembrei do desenho: "Eu sou o máximo"...
Cara, ele realmente se acha e acha que manda. Foi aí que eu me dei conta de que realmente, el não só acha que manda, como manda. É gente assim que manda nesse país. Manda e desmanda conforme suas vontades. Afinal, ele pode fazer o que quer e bem entender, desde escrever um livro a ter um programa de tv... E essas pessoas que não tem idéia de onde fica a Venezuela (nem o Amapá) ou mesmo de onde vêm os soteropolitanos, são as que vão mandar no futuro. Desinformados? Completamente! Mas com uma coisa que faz a informação ser completamente dispensável: dinheiro. Esses engravatados não contam moedinhas como nós, eles mexem com milhões e bilhões diariamente. Um estalar de dedos e pronto! 50 milhões p/ sua conta. Pra que eu quero saber onde fica Tocantins se eu tenho uma conta de 8 dígitos? A não ser que tenha uma fazenda extremamente lucrativa por lá, que pode me render mais uns milhões...
Pois é, mais uma vez eu me pergunto: pra que estudar? Se mais vale você virar um jogador de futebol e juntar uma grana violenta pra quando você ficar velho e não jogar mais. Ou então ter um pai rico que vai te deixar de herança muito dinheiro e poder. Afinal de contas, p/ jogar futebol você não precisa estudar (é só contar o número de jogadores que sabem o hino nacional de cor e salteado). Aliás, nem pra ser presidente!!
Quer saber de uma coisa? Tosca aqui sou eu... Eu me demito!

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