terça-feira, 15 de agosto de 2017

Férias

Queria tirar férias. Mas não essas férias que tiro desde que virei freelancer. Tentando encaixar os dias entre fechamentos, levando notebook para alguma emergência, algum texto que entrou e precisa ser revisado de última hora. Queria tirar férias sem preocupações, sem pensar se a revista X vai fechar sem mim, se a revista Y vai ter algum problema, se vai dar tempo de entregar o livro Z no prazo.

Queria tirar férias sem me preocupar com o valor da diária do hotel, se vai dar para pagar as parcelas nos próximos meses, se vai sobrar dinheiro para comprar aquela lembrancinha ou comer em um restaurante mais caro.

Queria tirar férias sem ter que me preocupar com o tempo de viagem, com o caminho, os pedágios, o trânsito. Se peguei tudo de que vou precisar, se não me esqueci de nada, se vou precisar comprar alguma coisa para levar.

Queria tirar férias sem me preocupar com os passeios programados para serem encaixados nos dias que temos disponíveis ou acordar na hora para não perder o café da manhã. Sem me preocupar com os dias que restam para aproveitar antes de voltar à rotina de trabalho, à correria do dia a dia.

Queria tirar férias e não pensar na política nacional, no futebol, na violência, nas possibilidades de guerra no mundo. Sem pensar no futuro, no presente e no passado, ou nas vidas passadas. Sem pensar se alguém gosta ou não de mim, se terei problemas caso algo aconteça, caso alguém interprete mal o que falei. Sem me preocupar se vão falar de mim, das minhas fotos, das minhas férias.

Queria tirar férias. Da minha vida. Deste mundo. Das pessoas. Queria tirar férias de mim mesma.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

De Raça Negra a Jacques Brel, Alejandro Sanz e Paco de Lucia... Música boa é a que toca sua alma!

Um dia estava revendo meus cadernos de perguntas que fiz quando era adolescente. Entre tantas perguntas, uma me fez pensar: "Qual sua música preferida?" Eu nunca colocava apenas uma. Eram sempre umas quatro ou cinco no mínimo. E a cada mês essa seleção mudava. São tantas canções de tantos estilos diferentes que são escolhidas por tantas razões... É sempre injusto escolher apenas uma. 
Naquela época eu ouvia muitos sambas e pagodes. Esse estilo estava em alta, tocava em todas as rádios, todos os programas de TV. Alguns me marcaram muito, tanto que me emociono até hoje, não pela qualidade musical ou pela letra, mas simplesmente porque a associo a algum momento da minha vida. 
A música, assim como os aromas, é um ótimo ativador de memória. E por causa disso, temos aquelas canções que nos doem na alma. Seja por uma letra bem escrita, uma harmonia perfeita, uma melodia tocante ou o conjunto disso tudo. Seja porque nos lembra um momento, uma pessoa, uma saudade de um tempo que não vai voltar. Algumas canções são tão perfeitas que nos emocionam sem nem mesmo sabermos o que a letra diz. Outras não são tão perfeitas, mas são interpretadas de forma tão brilhante que acabam ficando perfeitas.
E quando falo de emoção, é impossível não lembrar de Jacques Brel interpretando Ne Me Quitte Pas. Nunca vi uma interpretação tão emocionada, tão doída! Cheguei a chorar vendo esse vídeo. A emoção que ele passa é indescritível. Mesmo sem saber uma palavra de francês, você entende exatamente o que ele quer dizer com aquela canção. Você sente a música. Ne Me Quitte Pas é uma das canções que me fazem chorar. Mas só a versão de Jacques Brel.
Recentemente, voltou à tona outra canção que me faz chorar: Y Si Fuera Ella?, de Alejandro Sanz. Foi com ela que o espanhol me ganhou. Uma amiga chegou a me perguntar por que era minha preferida dele. Não soube explicar. É visceral. É aquela música que toca na alma, que mexe com você, inexplicável. Há várias outras muito mais bonitas, muito mais inteligentes, muito mais políticas ou românticas. Mas é essa que me toca a alma, sem dó. Que me faz ter consciência de todos os sentimentos que tenho aqui dentro. Que não me deixa pensar. Ou me faz pensar demais. Não importa se quem canta é Alejandro Sanz ou outros intérpretes. Ela continua sendo espetacular e tem o mesmo efeito em qualquer voz. Ainda que eu prefira a original.
Mas o que realmente me mata é o flamenco. Desde antes de eu saber o que era flamenco. Tudo começou com Paco de Lucía e Bryan Adams. Nem gostei tanto da letra, mas aquele violão ao fundo me fez amar a música inteira. Foi ali, aos 12 anos, que eu quis aprender a tocar violão, apenas para aprender a fazer aquilo. Anos depois, descobri o flamenco, descobri Paco de Lucia, Vicente Amigo, Camarón de la Isla. Descobri que o flamenco tocava minha alma e quis aprendê-lo. 
Catorze anos depois daquela música do Bryan Adams, ganhei um violão autografado pelo Alejandro Sanz em uma promoção e, antes mesmo de começar minhas aulas, tirei a introdução de Have You Ever Really Loved a Woman de ouvido. O objetivo era aprender flamenco, mas neste país é difícil achar quem queira ensiná-lo a alguém de nível zero. Comecei pelo erudito com um professor que queria me ensinar popular. Não deu certo. Mas a música me chamava. Tive aulas com meu noivo, entramos em uma orquestra, estudei sozinha. Cheguei a pensar em desistir, mas não. Resolvi aprender por conta, com vídeos do YouTube. Encontrei, entre tantas e tantas coisas, apenas dois realmente bons. Um deles já me fez tocar na segunda aula. Infelizmente só havia quatro aulas disponíveis. O outro... Bem, o outro foi o que me deu esperanças depois de tanto tempo. Entrei em contato com o professor, que é brasileiro, que me garantiu que o importante é ter amor pela música. E que é possível aprender em qualquer nível, em qualquer idade. O sonho começa a tomar forma agora. Sinto a música dentro de mim desde sempre. E agora é hora de começar a dar forma a ela. O caminho é longo, mas a gente começa dando o primeiro passo. Sozinha ou acompanhada, dessa vez vai! "Y los demás que aguanten!" ;)

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Quatro anos depois

É incrível como a vida passa mais rápido depois dos 20 anos. E depois dos 30, então, voa! Mal percebi que se passaram quatro anos desde a última postagem. Acho que a correria foi tão grande que nem vi os anos passarem. Continuo correndo contra o tempo, atrás dos sonhos, atrás dos objetivos. Mas hoje estou aqui apenas para compartilhar um miniconto que escrevi e segue abaixo.


"O cimento que liga as relações é o respeito. Pode acabar o amor, pode acabar a amizade, pode acabar a admiração, a ilusão, pode acabar tudo, menos o respeito. Já vi casais terminando relacionamentos de longa data e mantendo o respeito em nome dos filhos, ou mesmo do passado que tiveram juntos. Se tornam ex, mas continuam amigos. Não precisam ser melhores amigos, mas colegas, pais, pessoas que mantêm o relacionamento cordial em nome de um bem maior. Pessoas que se respeitam em nome desse bem maior. Conheço ex-casais que participam ativamente da vida dos filhos. E se encontrarem não se torna constrangedor. Lembranças e mágoas simplesmente somem. Aliás, mágoas são criadas por conta da falta de respeito. E algumas pessoas a alimentam a vida inteira.

Janete e Felipe nunca dariam certo como um casal por causa de suas personalidades fortes. Um dos dois deveria, obrigatoriamente, se anular para que o casamento seguisse em frente. Pois bem, um deles se anulou completamente: Janete. E como se isso não bastasse, Felipe, em vez de respeitar esse ato de altruísmo, resolveu se aproveitar da situação. Obviamente inseguro, começou a desrespeitar a esposa na frente de todos, não apenas dentro de casa. Havia situações que se acontecessem comigo seria o início do fim. Coisas que pessoa nenhuma aguentaria ouvir calada. E Janete ouviu. E sorria. "Ele só tá brincando", era a resposta. Nenhuma de nossas amigas acreditava na "brincadeira". Mas riam, apenas como um ato de comiseração ou para não criarem nenhuma situação constrangedora. Nunca ri. Sempre reprovei. E como as pessoas me conhecem pela minha sinceridade brutal, ninguém nunca pediu minha opinião sobre isso. Óbvio que eu daria. Talvez por isso mesmo Janete não gostava de mim. Mal olhava na minha cara. Tinha vergonha de mostrar essa fragilidade na minha frente. Como se fosse um atestado de fracasso. Como se, a qualquer momento, eu fosse apontar o dedo e mostrar que ela era uma fracassada. Nunca o faria. Minha indignação não é com quem faz de tudo para salvar um casamento, mas com quem faz de tudo para afundá-lo, sem admitir seus erros, tornando a situação insuportável para que o outro tome a iniciativa do fim, porque ele mesmo não tem coragem de fazê-lo. E eu me perguntei até quando esse casal aguentaria viver nessa situação. Para uma pessoa de bem, não é fácil tripudiar de alguém eternamente. E eu não creio que Felipe, que conheço há décadas, seja de todo mau. Já estava vendo o dia em que Janete não iria mais suportar tantos destratos e se revoltaria. E esse dia chegou.

Como alguém que guarda mágoas e rancores há anos, ela explodiu. Com palavras tão duras que até mesmo eu, que não tenho absolutamente nada a ver com a história, me senti ferida ao imaginar a dor que Felipe sentiu ao escutá-la. Explodiu na cara de todo mundo, sem reservas. E alternou momentos de explosão com momentos de reclusão. No canto, encostada, parecia se despedir solitariamente de tudo: do casamento, do cônjuge, dos amigos dele, da família, da história de anos. E quis chorar. Timidamente. Solitariamente. Seus olhos marejaram, mas não deixou nem uma lágrima cair. Deu-se conta de que ali ninguém a apoiaria. Que as amizades e os carinhos eram apenas para Felipe. Ela ficava com as migalhas. Deu-se conta de que todos eram falsos com ela, que os amigos dele apenas a tratavam bem por causa dele. E quando ele a tratava mal, ninguém a defendia. Alguns até mesmo a desrespeitavam com o pretexto do "estou brincando". Outros riam, como se ela fosse uma piada. Deu-se conta de que não tinha nada: nem respeito, nem amigos, nem família, nem marido. Nunca teve sequer apoio ou solidariedade daqueles amigos que ela pensava serem seus também. E deu-se conta de que, talvez, a única pessoa que a apoiasse era aquela que ela mais detestava. Que nunca ria quando faziam piada com ela. Que claramente reprovava quando alguém a tratava mal. Que nunca fez questão de agradar ninguém ali, que falava o que pensava na cara de quem fosse, ainda que doesse. De repente não sabia mais o que estava acontecendo. Os amigos sinceros eram falsos. A "amiga" falsa era a única sincera. E o amor pelo marido talvez nunca tenha existido. E se existiu, sumiu há tempos. Ali deu-se conta de que não importava mais o que os outros pensassem. Enquanto todos riam, ela sofria. Mesmo após as explosões, para eles, tudo não passava de brincadeira. Afinal, ela era a piada, sempre foi. Uma das amigas se aproximou silenciosamente para ver se estava tudo bem. Não estava. Mas entre o grupo e ela, preferiu o grupo. Não há tempo para solidariedade individual quando o grupo exige sua atenção. E essa amiga queria se encaixar. Era nova no grupo, como ela mesma fora um dia. Talvez até seguisse os mesmos passos dela. Uma grande roda de amigos de décadas. Será que realmente vale a pena se encaixar? Perguntou-se como seria esse grupo se ela sumisse. Exatamente igual, foi a resposta. Ninguém sentiria falta dela. Eram como uma grande família, mas sem espaço para os novos integrantes. A maioria estava casada e com filhos, mas se a esposa ou o marido de um deles fosse embora, não faria falta. Perguntou-se que fim levou o ex-marido da Roberta, que havia se divorciado há apenas alguns meses. Ninguém sabia, ninguém perguntava. Roberta estava bem, curtindo com os amigos de décadas. O ex sumiu como se jamais tivesse existido. Ele que parecia tão parte do grupo...

E enquanto tudo isso acontecia, eu a observava, adivinhando o que se passava naquela cabeça tão nova, tão previsível, mas que finalmente amadurecia. E torci por ela sinceramente. Ninguém é menos que ninguém, ninguém merece ser infeliz apenas por capricho, por status, ou o que quer que seja. Respeito é fundamental, e no dia em que ele acabou, ela deveria ter dito adeus. Ou se imposto, exigido que Felipe a respeitasse. Mas não. Abaixou a cabeça em nome de um bem maior. E ambos afundaram.

Felipe continuava bebendo sua cerveja e contando vantagem para os amigos. Como se nada tivesse acontecido. Eu me cansei de ver todo aquele drama e me preparei para ir embora, mas após ver nos olhos de Janete que ela estava se transformando, secretamente me orgulhei dela. Após me despedir de todos, deixei meus filhos com meu marido e, como sempre, dei tchau para ela à distância. E após anos sem falar comigo, enquanto amamentava seu filho, Janete deu um sorriso triste e respondeu sem me olhar. Foi o primeiro passo de uma grande mudança."

Este foi o primeiro de vários não escritos que tenho guardados em uma gavetinha da minha memória. Quem sabe não animo e começo a escrevê-los aqui? As histórias são inspiradas em histórias que me contaram, em livros que li, filmes aos quais assisti, enfim, são diversas inspirações. Só me recuso a escrever o que se passa comigo porque já tive muitos problemas com isso.

Eu conheci a Janete. E conheci o Felipe. Mas apesar de muito parecida comigo (confesso que muito do que sou, aprendi com ela), não sou o eu-lírico. Este papel cabe a uma colega minha, que está casada há anos, tem dois filhos e faz parte desse grupo de amigos motoqueiros apenas por causa do seu marido, este sim membro original do clã. Um dia ela me contou a história da Janete, que conheci por acaso no aniversário do filho dela, já separada de Felipe e com um novo amor. Carol nos apresentou e introduziu a história e a própria Janete fez questão de contar sobre o dia em que ela resolveu dar um basta no casamento. Pedi permissão para escrever e publicar uma história baseada nisso e ela me deu. E disse que após o fim do casamento, a única pessoa que foi procurá-la foi a Carol. E que hoje eram melhores amigas, apesar das ressalvas do marido dela, leal ao "clã". Achei interessante a frase que ela utilizou ao me contar isso: "O fim do meu casamento me deu duas coisas que eu prezo muito: meu amor próprio e uma amiga de verdade!"

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Los sueños que se cumplen son tan raros... ou não!

Engraçado como o ser humano precisa sonhar. E mais engraçado é como ele não perde a capacidade de sonhar mesmo quando todos os seus sonhos se realizam. Para mim a vida é feita de objetivos, de pequenos sonhos, e a felicidade nada mais é que a realização desses pequenos sonhos. E quando eles se realizam, lá vamos nós inventar novos sonhos. Mais ambiciosos talvez... Provavelmente é isso que nos faz crescer e viver. Desejar mais, lutar para alcançar. E quando se alcança, desejar ir mais além. A vida com objetivos fica menos chata, você tem menos tempo para reparar no que não tem. Menos tempo para reparar na vida dos outros. Quando se está empenhado em conquistar alguma coisa, as coisas pequenas deixam de ser importantes. Pessoas pequenas deixam de ser importantes, são deixadas de lado. Se não vai ajudar, então cai fora.
Sempre fui uma pessoa realista, desde criança. Nunca desejei brinquedos caríssimos, ou melhor, nunca tive a ilusão de que teria brinquedos caríssimos. Sempre fiquei presa ao orçamento dos meus pais e tinha plena consciência do que podíamos e do que não podíamos comprar. Em partes isso foi bom, pois aprendi a valorizar cada pequena coisa que tinha, e principalmente, a sonhar, a imaginar, a criar. Em partes foi ruim por limitar meus pequenos sonhos de consumo infantil. Mas sempre tive em mente que quando crescesse, compraria tudo que quisesse. E esse sonho aconteceu. Não passo mais vontade hoje em dia. Claro que sempre me programo, não vou esbanjando, afinal, ainda tenho meus pequenos sonhos para realizar. Fato é que não passo mais vontade se quero alguma coisa.
Mas falando de sonhos, me dou conta de que nunca sonhei muito alto quando mais nova. Talvez para não correr o risco de me frustrar, afinal, se você não espera nada da vida, o máximo que pode acontecer é realmente não acontecer nada. Mas mesmo não esperando nada, tive oportunidades de ouro que não deixei passar. E assim acabei realizando pequenos sonhos que antes eram considerados impossíveis. Como passar em uma Universidade pública tendo estudado apenas em escolas públicas. Como conseguir trabalhar no emprego dos meus sonhos.
Quando era adolescente, me apaixonei pela língua espanhola, e nessa acabei conhecendo e me apaixonando também pelo trabalho de um artista espanhol (o mesmo que escreveu o verso que dá título a esta postagem). Mas ele era espanhol, vinha ao Brasil raramente, e para mim o sonho máximo seria ver um show dele ao vivo. Carreguei esse sonho por longos 12 anos. E quando a oportunidade apareceu, agarrei. Conheci pessoas que valeram muito a pena nesse percurso. Outras nem tanto. Mas com a ajuda delas, novas oportunidades foram surgindo e eu finalmente consegui assistir a esse show. Chorei muito pela emoção de ter um sonho máximo realizado, e o melhor: ao lado da pessoa que amo. Mas não parou aí. Como falei, aproveitei todas as oportunidades que passaram na minha frente. E me empenhei de verdade em tudo que me comprometi a fazer. A recompensa sempre vem, e eu acabei conhecendo o tal espanhol pessoalmente. Para ser sincera, ele me era tão distante que eu jamais pensei que o conheceria pessoalmente. Nem sonhava com isso, pois parecia muito impossível. E no entanto lá estava eu, frente a frente com ele. Não chorei, não gaguejei. Não dei vexame nenhum. Um abraço, uma rápida conversa, um presente. E um muito obrigada por me mostrar que até os sonhos que você não sonha são realizáveis.
A partir daí me dei conta de como tudo poderia ser possível com um pouco de empenho. Consegui uma casa para meus pais, consegui virar uma profissional autônoma, dona do meu próprio negócio, consegui lidar com pessoas difíceis na minha vida com muito jogo de cintura. E este ano o tal espanhol apareceu de novo. E dessa vez eu tinha um objetivo: conseguir uma entrevista com ele para o programa de rádio que faço na Rádio Sanz. Junto de uma superamiga, que conheci na ocasião daquele primeiro show, corremos atrás. Literalmente. Conhecemos mais pessoas que valeram a pena. E também conhecemos melhor pessoas que não valiam a pena, mas que ainda não sabíamos. Afinal, ninguém nessa vida pode ser feliz impunemente. Mas como disse anteriormente, pessoas pequenas são deixadas de lado. E pessoas invejosas são pessoas pequenas deixadas de lado com muito prazer. Em uma semana corremos todos os dias. Sem almoço, sem janta, correndo contra o tempo ("que corre porque é um covarde"), tentando dar conta de todos os compromissos sem faltar com ninguém. Porque a amizade também é um compromisso importante. E correr atrás dos seus sonhos não significa abandonar quem te quer bem. Algumas pessoas foram uma verdadeira surpresa, torceram pelo nosso sucesso de coração, outras nem tanto, se sentiram traídas, sabe-se lá por que razão. E no final de uma semana de muita luta, conseguimos nosso objetivo. Durante a semana nos encontramos várias vezes com o cantor, e nos abraçamos, conversamos, rimos juntos, foi fantástico. Na hora da entrevista não podia ser diferente. Sempre atencioso, sempre rindo, tudo foi perfeito. E mais uma vez ele me provou que eu posso tudo que quero.
O depois não foi só paraíso, claro. Muitas fofocas, muita inveja, mas principalmente, muitas manifestações de apoio de gente querida! Tantas que fez as fofocas se sentirem tão pequenas que ninguém deu atenção. Gente que viu o duro que demos vibrou tanto ou mais que a gente e com a gente. E é muito bom realizar um sonho junto de amigos. Hoje tenho plena consciência de que tudo pode acontecer. E quando começar a desanimar, vou poder lembrar disso tudo. E ao contrário do verso que escreveu, esse espanhol me provou que "los sueños que se cumplen" NÃO SÃO TÃO RAROS assim. Obrigada Alejandro Sanz, por realizar vários pequenos sonhos meus, mas principalmente por me mostrar que vale a pena sonhar alto. Porque com muita luta e muita insistência, eles um dia se realizam! :D

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Papel, caneta e um coração: amizade de verdade...

Daí a gente começa a escanear as fotos do colegial e lembra das cartas que escrevíamos para as amigas... Então corremos para pegar a caixa de cartas antigas e se depara com muitas recordações. Naquela época não existia Facebook, não existia e-mail. Era carta, envelope, selo e a famosa "carta-social" na caixinha do Correio. Bilhetinhos com mensagens de "te adoro" "vc é +QD+" e "te curto p/ KCT", cartas sérias discutindo algum mal-entendido, cartões de aniversário, de Natal, cartinhas entregues apenas para fazer aquela dobradura nova de envelope... Várias dobraduras que fazíamos, o conteúdo nem era o mais importante, ia só uma mensagem de carinho e pronto. A gente tinha tempo de dedicar uns minutinhos com um papel e uma caneta para outra pessoa. Talvez seja por isso que essas amizades duram até hoje, apesar da falta de tempo e do excesso de distância. Como serão as amizades feitas hoje virtualmente? Será que vão durar tanto assim como as nossas? Será que a mesma internet que aproxima consegue criar laços tão duradouros como os que foram criados com papel e caneta? NaniVivianeGrazzielleLíviaConceiçãoLyudiAmanda,KeylaJuliana, e muitos outros amigos dos quais me perdi na vida: ainda guardo TODAS AS SUAS CARTAS. E guardarei sempre, com muito carinho! Obrigada por darem sentido a minha vida e por estarem comigo em todos os momentos. Seja pessoalmente, seja em pensamento. :D

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Homens (?)

Alguém me explica o que raios está acontecendo com os homens de hoje em dia? Não, não sou uma pró-machista, nem antifeminista, nem nada do gênero, mas o fato é que os homens de hoje diferem enormemente dos de 10 anos atrás. Por exemplo, há 10 anos você jamais veria um homem com medo de estragar as unhas. Aliás, já era estranho um homem fazendo as unhas! Alguns, inclusive, são mais vaidosos que muita mulher que conheço. Cremes, roupas, cabelo, pé, mão, até maquiagem! Caraca, quando eu ia sonhar em ver um cara passando pó para jogar futebol? Eu, que só comecei a usar pó depois dos 20 (por pura desencanação, confesso). Não vou negar que um homem bem-cuidado é bonito, sim. Assim como não nego que um homem largado é um problema. Mas será que não dá pra ter um meio termo? Nem demais, nem de menos? Um homem que corta as unhas, lava o cabelo, toma banho, sei lá, pra mim tá ótimo. Nada contra aqueles que usam hidratante, condicionador, creme para as mãos e tals. Tenho um certo problema com homens que usam base nas unhas, mas aí é coisa minha, me broxa e ponto. Agora o que não dá pra aguentar é homem que fica 1 hora e meia no banheiro fazendo escova, modelando cabelo, passando creme nos pés, nas mãos, creme para estrias, gordura localizada, anti-idade, antirrugas, antiolheiras, antitestosterona! Imagina você cheia de amor para dar antes de dormir, espera o cara na cama por uma hora e quando ele finalmente chega, você dá de cara com uma máscara noturna de pepino, robe branco e pantufas! "Ah, hoje não, amor, acabei de colocar minha máscara noturna, vai estragar tudo."
Imagina seu marido roubando suas revistas femininas para descobrir as novidades no mundo da beleza? Pior: discutindo o melhor creme antissinais com suas amigas. Ou aquela lipo dos sonhos. "Amor, você acha que essa blusa me deixa gordo?" Oi? Essa pergunta não devia ser minha? Essas frescuras não deveriam ser minhas? Ah não. Podem me chamar de antiquada, mas homem, para mim, deve pelo menos parecer homem. Quer coisa melhor que aquela barba por fazer roçando no seu pescoço? Ou então uma mão um pouco áspera (um pouco só, não ralador de queijo!) no seu corpo?
Em tempo: adoro homem que cozinha. É sexy! Também adoro homens sensíveis. Sensíveis, não chorões, tá? Tem uma diferença absurda entre eles. Nada contra homens adotarem algumas características consideradas exclusivamente femininas no século passado. Mas como tudo, em excesso é péssimo. Homem que cozinha é bom, homem cheiroso é bom, homem sensível é bom. Mas homem que tenta ser mais bonito, macio e fashion que você, que não quer quebrar a unha ou sujar o sapato, que é inseguro com relação à aparência... Aff! Aliás, insegurança é ruim em qualquer um dos lados. Homem inseguro, se achando gordo e feio é tão chato quanto mulher insegura que se acha gorda e feia.
De fato, sou uma pessoa que não tolera frescuras. Mas homem fresco é pra morrer de catapora, viu?

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Gostoso como um abraço

Tem coisa mais gostosa que um abraço? Um abraço apertado, dado com vontade, claro. Aqueles "encosta-de-lado-tapinha-nas-costas" p/ mim dão igual, não têm graça nenhuma, são como apertos de mão. Mas aqueles abraços em que a pessoa realmente se entrega, aperta com vontade e, você sente, sorrindo. Um abraço com sorriso é maravilhoso. Independente do motivo. Se é um abraço de saudade por fazer tempos que vocês não se viam. Um abraço de aniversário. Um abraço de "parabéns", seja lá qual for o motivo. Um abraço porque seu time ganhou. Um abraço porque você passou no vestibular. Um abraço porque você se formou. Ou um abraço que diz "eu te amo". Aquele abraço sem palavras, em que os corações se encontram e falam por si só. Aquele abraço que diz "como estou feliz por estar aqui com você". Um abraço de amizade, um abraço de consolo quando você está triste. Um abraço de reconciliação depois da briga.
Nessa vida corrida é difícil conseguirmos um tempo para sentar e conversar com quem se gosta. É tanto por fazer, por entregar, são tantos prazos, tantas tarefas, tanto... tanto! Mas aí no meio do dia você ganha um abraço bem dado. E o mundo para naquele momento. Ninguém fica olhando o relógio no meio de um abraço. São alguns segundos seu e daquela pessoa, mais nada. Não custa nada e faz um bem imenso. Sem contraindicações, exceto se for mal-interpretado, claro! Mas aí o problema não é mais do abraço...